Quinta, 14.
Aquela coisa chamada Kim Jong-um mandou
executar o ministro da Defesa porque este passou pelas brasas durante uma
cerimónia ao divino ditador. Não é o primeiro. Antes dele e para além de
membros da classe política, foram abatidos também familiares próximos do paranoico
líder da Coreia do Norte. Em pleno século XXI.
- Eu fiz bem em não seguir os clichés do Príncipe segundo o qual o filme
Suite Francesa é obra para ser
produzida por franceses e não por ingleses, portanto, entenda-se menor. O
realizador é Saul Dibb que sabe muito bem dirigir os actores, criar a atmosfera
que enquadra a chegada dos nazis a Paris e a consequente fuga de milhares de
parisienses da capital em direcção à província em breve também ela tomada de
assalto pelas tropas de Hitler. Num restrito lugar, espécie de aldeia parada no
tempo feliz, uma família vai ter que dispensar a sua casa para albergar um
tenente das SS. Entre este oficial alemão interpretado magistralmente por Mattias
Schoenaerts e a nora da família dona da vivenda, vai nascer um romance tenso,
psicologicamente bem traçado, sensível, onde cabe a revolta, o ódio ao invasor,
mas onde o coração mergulhado nas trevas medonhas que então vivia a França, vai
falar mais alto e sobrepor-se ou expor o que subjaz sempre que o ser humano
esquece a vingança e deixar falar o amor. Gostei imenso do filme e recomendo-o.
Acresce que ele é tirado do romance de uma escritora de origem Ucraniana, Irene
Némirovsky, que como ninguém sabe do que fala porque viveu a guerra tendo-se
refugiado em Paris e depois em Nova Iorque.
- Entrei
no Corte Inglês praticamente pronto a seguir para o hospital se desse crédito à
farmacêutica a quem eu pedi ajuda devido a uma picada de abelha pelas nove da
manhã quando capinava em torno do Mirtilo. A inflamação que tinha começado numa
mão, já se estendia pelo braço com inchaço e vermelhão assustadores. Segundo a
trágica boticária, eu devia ir ao hospital com urgência levar uma injecção.
“Por tão pouco!” indignei-me eu. Pensei então ir encontrar remédio na peixaria
do supermercado. Mostrei a um simpático peixeiro que encontrei o braço e
pedi-lhe daquele gelo mastigado. O homem recuou aflito e aconselhou-me a seguir
o parecer da farmacêutica. “Sim, lá irei. Mas antes arranje-me um saco com
gelo.” O sujeito meteu em dois sacos de plástico o suficiente para tratar um
cavalo. Assim abastecido fui ver o filme acima referido. Durante as duas horas
que dura a película, quase queimei a mão e o braço, mas quando saí tive a
sensação que estava quase curado. Em casa, à noite, repeti a dose. No dia
seguinte acordei pronto para outra, confessando sem sadismo que gosto dos
ferrões das abelhas e só aplico Fenistil quando já não suporto mais a dor. Foi
o caso.