segunda-feira, maio 25, 2015

Segunda, 25.
A crueldade dos jihadistas que avançaram sobre Palmira não tem limites. De uma assentada, tomada a cidade, mataram centenas de soldados fiéis a Bashar al-Assad, civis e crianças como que selando ao que vinham. Perante a investida dos fanáticos, prevendo o pior, o rei Abdullah II da Jordânia, há dias incentivou Assad a deixar o poder. Se o rei aceitar sair deixando o país nas mãos de um grupo de assassinos, com a posição geoestratégica importantíssima que a Síria representa, é toda a política americana e europeia que é posta em causa. Com o pretexto de imporem aquilo a que eles chamam democracia, incendeiam zonas do mundo com total desprezo pelas vidas humanas e pelas cidades milenares que estão na origem das grandes civilizações que redimensionam esta parte do mundo e fizeram dela o berço onde se deitam hoje milhões de povos sobretudo os mediterrânicos.

         - Em Espanha este fim-de-semana ouve eleições regionais. Pela primeira vez acabou o bipartidarismo com o Podemos e o Cidadanos a tomarem o lugar daqueles que governaram com corrupção, clientelismo e laxismo. É uma boa notícia. Eu sou a favor de correr com esta gentalha que se apropriou do poder como se apropria da riqueza nacional e do país. Visto à distância de um sentimento que se deseja, a Europa parece estar a mudar. Não só do ponto de vista político como social, religioso e de costumes. Estes velhos do Restelo que se cuidem.

         - Como os nossos ditos socialistas. Tal como os seus pares social qualquer coisa, vêm uma vez mais exibir a bandeira da Segurança Social que sempre tem servido as ambições daqueles que querem o poder a qualquer preço. Os que lá estão porque pretendem cortar a matar, os que para lá querem ir porque desejam com aquilo que levianamente agitam matar a galinha dos ovos de ouro. Todos pondo o dinheiro que não lhes pertence ao serviço das suas ambições e loucuras. Quando acabar as reformas, acaba a democracia.


         - Ontem trabalhei que nem um moiro. Quando bateram as sete da tarde, estava tão exausto e só me apetecia ir dormir. Reguei, fiz dois pratos para reserva da semana, tratei da piscina, aspirei-a, puxei mangueiras para aqui e para ali, tudo sob calor implacável. Ainda há quem diga que viver no campo é um bocejo. Se assim é, prefiro mil vezes este boquejamento às esplanadas, centros comerciais, ronceirice de novos e velhos arrastando a existência por lugares de um vazio que disfarça a morte que serpenteia sem beleza nem qualidade pela solidão triste das cidades.