Segunda, 25.
A crueldade dos jihadistas que avançaram
sobre Palmira não tem limites. De uma assentada, tomada a cidade, mataram
centenas de soldados fiéis a Bashar al-Assad, civis e crianças como que selando
ao que vinham. Perante a investida dos fanáticos, prevendo o pior, o rei
Abdullah II da Jordânia, há dias incentivou Assad a deixar o poder. Se o rei
aceitar sair deixando o país nas mãos de um grupo de assassinos, com a posição
geoestratégica importantíssima que a Síria representa, é toda a política
americana e europeia que é posta em causa. Com o pretexto de imporem aquilo a
que eles chamam democracia, incendeiam zonas do mundo com total desprezo pelas
vidas humanas e pelas cidades milenares que estão na origem das grandes
civilizações que redimensionam esta parte do mundo e fizeram dela o berço onde se
deitam hoje milhões de povos sobretudo os mediterrânicos.
- Em Espanha este fim-de-semana ouve eleições regionais. Pela primeira
vez acabou o bipartidarismo com o Podemos e o Cidadanos a tomarem o lugar
daqueles que governaram com corrupção, clientelismo e laxismo. É uma boa
notícia. Eu sou a favor de correr com esta gentalha que se apropriou do poder
como se apropria da riqueza nacional e do país. Visto à distância de um
sentimento que se deseja, a Europa parece estar a mudar. Não só do ponto de
vista político como social, religioso e de costumes. Estes velhos do Restelo
que se cuidem.
- Como os nossos ditos socialistas. Tal como os seus pares social
qualquer coisa, vêm uma vez mais exibir a bandeira da Segurança Social que
sempre tem servido as ambições daqueles que querem o poder a qualquer preço. Os
que lá estão porque pretendem cortar a matar, os que para lá querem ir porque
desejam com aquilo que levianamente agitam matar a galinha dos ovos de ouro.
Todos pondo o dinheiro que não lhes pertence ao serviço das suas ambições e
loucuras. Quando acabar as reformas, acaba a democracia.
- Ontem trabalhei que nem um moiro. Quando bateram as sete da tarde,
estava tão exausto e só me apetecia ir dormir. Reguei, fiz dois pratos para
reserva da semana, tratei da piscina, aspirei-a, puxei mangueiras para aqui e
para ali, tudo sob calor implacável. Ainda há quem diga que viver no campo é um
bocejo. Se assim é, prefiro mil vezes este boquejamento às esplanadas, centros
comerciais, ronceirice de novos e velhos arrastando a existência por lugares de
um vazio que disfarça a morte que serpenteia sem beleza nem qualidade pela
solidão triste das cidades.