sexta-feira, maio 22, 2015

Sexta, 22.

Com a tomada de Palmira pelos fanáticos barbudos da Deach, o mundo suspendeu a respiração temendo pelo destino do fabuloso conjunto arquitectónico da rainha Zenóbia, na Síria. As pedras como elemento de memória que deviam ser mais resistentes ao tempo, são afinal tão frágeis como o papiro ou a partitura musical, o livro ou a tela. Como legado de um passado que a todos pertence e a todos irmana, Palmira já sofreu no tempo do imperador Aurélio no séc. III a destruição (como se vê a barbárie vem de longe), e agora pode de novo ser reduzida a cinzas às mãos de uns selvagens que apostaram em destruir tudo o que nasceu antes do Islão e, por conseguinte, no seu entender nunca devia ter existido ou existindo deve deixar de existir. Como é isto possível! Como é que um exército de camelos  armados de pouca coisa, consegue progredir em duas frentes – Iraque e Síria – tendo na sua peugada exércitos dignos desse nome! Só encontro uma explicação: a falta de coerência e irracionalidade americana e a submissão europeia a uma política cujas raízes destruidoras começaram já no tempo de Reagan e refinaram de mentiras e interesses vários com Bush.