Domingo, 3.
Este é o terceiro dia de greve na TAP que
os pilotos marcaram para um total de dez dias. Eu não sou simpatizante nem
cliente da transportadora aérea e acho até que ela, além de ser das mais caras,
não soube adaptar-se à “democratização” do transporte aéreo. Também não
concordo com os aristocratas aviadores que reivindicam acções da futura
privatização que o Governo quer fazer apressadamente não obstante os poucos
meses que faltam até às eleições. É verdade que, se por hipótese remota,
ganhasse o PS seria a mesma política. Tendencialmente estou com os da massa,
quero dizer os que tomam os comandos dos aviões. De facto, Passos Coelho,
tem-se portado muito mal neste conflito e todo o Governo tem feito o máximo de
chantagem, pressões, medos de forma a intimidar e dividir os trabalhadores,
técnica que o primeiro-ministro sempre praticou desde que chegou ao poder. Se a
TAP está na situação difícil que apregoam, isso não se deve aos trabalhadores
mesmo que façam greves todos os meses. Deve-se ao clientelismo, a usurpação de
medidas, aos negócios ruinosos e ao achincalhamento dos funcionários. Dito
isto, saliento o facto de o Governo não ter proibido a greve, nem os direitos
dos trabalhadores. Valha-nos isso!
- Nunca me pronunciei sobre o agora, enfim, candidato à Presidência da
República, Sampaio da Nóvoa. Quis esperar para ver, quis ouvir que trazia o homem
de novo. Depressa percebi que nada. Absolutamente nada. Aridez, conversa mole, a
habitual cumplicidade com a política subterrânea daqueles que se recusam a
deixar os palcos do poder. Mas também não era preciso. Vasco Pulido Valente,
sexta-feira, primeiro de Maio, na sua coluna, disse o que havia a dizer. Basta
lê-lo.
- Todo o santo dia chuviscou, uma invólucro de sombra pairou sobre as
nossas cabeças, a atmosfera esteve densa, bruxuleando na sua compacidade,
cai-que-não-cai, como se o mundo estivesse atento a qualquer tragédia e se
limitasse a olhar o céu suspenso de um enigma maior do que ele. Por isso, não
podendo prosseguir no campo, fiquei pela cozinha adiantando dois ou três pratos
para não ter que me ocupar durante a semana e que depois arquivei no
congelador. Para o almoço preparei uma entrada de alcachofras com mostarda de
manga, um filete de salmão selvagem com legumes, regado com tinto do Château da
Haute Gailloterrie de 2012, para a sobremesa Camembert de Pays, seguido de
morangos bio, e a finalizar uma tarte de Ruibarbo-do-campo com café Nespresso.
- No Nepal, os milagres acontecem como luz beatífica. Esta manhã, oito
dias depois do tremor de terra, foi encontra um homem com101 anos com... vida.