Domingo, 10.
A ligeireza com que esta gentalha inverte
a democracia, é revoltante. Eles (PSD/CDS) que invocam o voto popular e com
isso dizem ter legitimidade para vender ao desbarato as joias que sempre foram
portuguesas e constituem o seu património, em vésperas de eleições, como se a
pouca riqueza do país fosse sua, vêm condenar o direito que os pilotos têm à
greve com palavras no mínimo fascizantes, como aquelas proferidas por um tipo
do Norte que se tem por putativo Presidente da República. Eles que mentiram,
traficaram influências, conspiraram nos corredores da troika, não cumpriram o
programa sufragado pelos portugueses, deixaram o país paupérrimo, provocaram a
subida em flecha de mais ricos e mesmo muito ricos, em oposição aos pobres e
mesmo paupérrimos, contribuindo ainda para o lodaçal que por aí vai e arrasta
banqueiros, políticos, gestores públicos, empresários, e toda essa arraia miúda
da classe política e dos funcionários.
- Curiosa a ostentação bélica utilizada por Putin no preciso dia em que
a Rússia e toda a Europa e Estados Unidos festejavam os 70 anos da capitulação
nazi. Tão despiciendo como a máscara que o líder fascista exibe no palanque da
Praça Vermelha.
- Marcello Mathias cuja leitura do diário se aproxima do fim, reinventou
para si uma forma aforística de dizer o que não deve ou não quer dizer. Às
vezes descai-se, salta do pedestal de embaixador, e diz coisas com piada como
esta, Diário da Abuxarda, pag 128
(que nome feiíssimo!) 2007-2014: Pilar del Rio, futura Kodama ibérica. Julien
Green que só no fim da vida deixou o aconchego discreto e quase sempre
politicamente correcto, o mesmo é dizer, hipócrita, deixa escapar este epiteto em
conversa com Jean Chalon: Yourcenar é a
Sagan da Antiguidade. Contudo, ela que era tesa que nem um carapau, dizia
que Green n´est un Margaret Mitchell au
masculin. Tudo boa gente já se vê.