domingo, maio 10, 2015

Domingo, 10.
A ligeireza com que esta gentalha inverte a democracia, é revoltante. Eles (PSD/CDS) que invocam o voto popular e com isso dizem ter legitimidade para vender ao desbarato as joias que sempre foram portuguesas e constituem o seu património, em vésperas de eleições, como se a pouca riqueza do país fosse sua, vêm condenar o direito que os pilotos têm à greve com palavras no mínimo fascizantes, como aquelas proferidas por um tipo do Norte que se tem por putativo Presidente da República. Eles que mentiram, traficaram influências, conspiraram nos corredores da troika, não cumpriram o programa sufragado pelos portugueses, deixaram o país paupérrimo, provocaram a subida em flecha de mais ricos e mesmo muito ricos, em oposição aos pobres e mesmo paupérrimos, contribuindo ainda para o lodaçal que por aí vai e arrasta banqueiros, políticos, gestores públicos, empresários, e toda essa arraia miúda da classe política e dos funcionários.

         - Curiosa a ostentação bélica utilizada por Putin no preciso dia em que a Rússia e toda a Europa e Estados Unidos festejavam os 70 anos da capitulação nazi. Tão despiciendo como a máscara que o líder fascista exibe no palanque da Praça Vermelha. 

         - Marcello Mathias cuja leitura do diário se aproxima do fim, reinventou para si uma forma aforística de dizer o que não deve ou não quer dizer. Às vezes descai-se, salta do pedestal de embaixador, e diz coisas com piada como esta, Diário da Abuxarda, pag 128 (que nome feiíssimo!) 2007-2014: Pilar del Rio, futura Kodama ibérica. Julien Green que só no fim da vida deixou o aconchego discreto e quase sempre politicamente correcto, o mesmo é dizer, hipócrita, deixa escapar este epiteto em conversa com Jean Chalon: Yourcenar é a Sagan da Antiguidade. Contudo, ela que era tesa que nem um carapau, dizia que Green n´est un Margaret Mitchell au masculin. Tudo boa gente já se vê.

         - O Verão entrou inopinado pela casa dentro.