quarta-feira, maio 06, 2015


Quarta, 6.
Os números não param de crescer. As autoridades nepalesas avançam com perto de 8 mil mortos e o país quase todo destruído devido ao sismo de há uma semana. Um milhão de crianças foram afectadas ficando sem família, sem tecto, sem escola. Horror! Horror!

         - Outro dia Passos Coelho encontrou Dias Loureiro numa queijaria em Aguiar da Beira. Sim, numa queijaria! Encontro naturalmente inopinado e feliz para o primeiro-ministro que do palanque onde botou discurso não deixou de ressuscitar o camarada e ex-ministro da Administração Interna, consagrando-o como exemplo de empresário com sucesso e cidadão impoluto que todos os portugueses deviam seguir. Estes adjectivos não tiveram em conta aquele outro Dias Loureiro que nos meus tempos de Coimbra era tão pobre - ser pobre, atenção, não é desonra -, que todos nós hoje nos interrogamos como é possível exibir a riqueza e os contactos que Passos Coelho tanto elogia. Ou será que não se trata da mesma pessoa. Este que nasceu para os lados de Aguiar da Beira, é arguido no caso BPN por desconfianças num negócio com um libanês suspeito e fazer desaparecer do BPN a módica quantia de 40 milhões de euros. Com uma dimensão ética deste calibre, bem podem os portugueses trabalhar uma vida inteira para pagar a fortuna que o pobre de Coimbra hoje ostenta. 

         - António Costa vai a pouco e pouco aumentando o número daqueles que o detestam. Eu sempre fui um deles, porque não gostei do assalto que ele fez ao poder nem do pontapé em António Seguro, eivado de teorias e fantasias de que ele era o homem iluminado que ia dar um novo rumo ao Partido Socialista e a Portugal. Não é por acaso que aquele que está a repousar em Évora do enorme cansaço de haver governado o país e gerido em simultâneo os seus negócios milionários pessoais, sempre apoiou este que hoje se alcandora a primeiro-ministro. Eles são parecidos e o tempo está a torna-los gémeos. Veja-se o sms que Costa enviou para o telemóvel pessoal do director-adjunto do Expresso João Vieira Pereira, qualificando-o de “desqualificado”, “incapaz” e outros epítetos à boa maneira de Sócrates, só porque o jornalista do semanário fez uma apreciação ao famoso programa económico do PS. O que essencialmente disse o adjunto foi que o convite a economistas fora do partido, depois de fazer a respectiva análise ao documento, era uma falta de coragem, acrescentando que “se correr bem o partido tinha razão; se correr mal eram apenas ideias loucas de uns economistas bem-intencionados”. Costa espumou, não gostou, não gosta das verdades, e quis com o seu sms condicionar o parecer do jornalista. Estejam atentos ao que se segue se o homem vier a formar Governo.

         - Dizem-me que o actor não se chama Unhas, mas Rui Unas. Aqui fica a rectificação e o pedido de desculpas. Eu gostava mais do pseudónimo que lhe arranjei porque está de acordo com os excelentes textos que ele faz para as manhãs do RFM. Aquilo arranha não só os nervos, como o cérebro daqueles a quem ele se atira.

         - Um condutor desvairado, matou cinco peregrinos que iam a caminho de Fátima. O acidente deu-se perto de Coimbra e o desastre deixou várias famílias desesperadas e populações inteiras constrangidas. Entre os mortos, dois rapazes: um com dezasseis anos, outro com dezassete.