Quarta, 6.
Os números não param de crescer. As
autoridades nepalesas avançam com perto de 8 mil mortos e o país quase todo
destruído devido ao sismo de há uma semana. Um milhão de crianças foram
afectadas ficando sem família, sem tecto, sem escola. Horror! Horror!
- Outro dia Passos Coelho encontrou Dias Loureiro numa queijaria em
Aguiar da Beira. Sim, numa queijaria! Encontro naturalmente inopinado e feliz
para o primeiro-ministro que do palanque onde botou discurso não deixou de ressuscitar
o camarada e ex-ministro da Administração Interna, consagrando-o como exemplo
de empresário com sucesso e cidadão impoluto que todos os portugueses deviam
seguir. Estes adjectivos não tiveram em conta aquele outro Dias Loureiro que
nos meus tempos de Coimbra era tão pobre - ser pobre, atenção, não é desonra -,
que todos nós hoje nos interrogamos como é possível exibir a riqueza e os
contactos que Passos Coelho tanto elogia. Ou será que não se trata da mesma
pessoa. Este que nasceu para os lados de Aguiar da Beira, é arguido no caso BPN
por desconfianças num negócio com um libanês suspeito e fazer desaparecer do
BPN a módica quantia de 40 milhões de euros. Com uma dimensão ética deste
calibre, bem podem os portugueses trabalhar uma vida inteira para pagar a
fortuna que o pobre de Coimbra hoje ostenta.
- António Costa vai a pouco e pouco aumentando o número daqueles que o
detestam. Eu sempre fui um deles, porque não gostei do assalto que ele fez ao
poder nem do pontapé em António Seguro, eivado de teorias e fantasias de que
ele era o homem iluminado que ia dar um novo rumo ao Partido Socialista e a
Portugal. Não é por acaso que aquele que está a repousar em Évora do enorme
cansaço de haver governado o país e gerido em simultâneo os seus negócios
milionários pessoais, sempre apoiou este que hoje se alcandora a
primeiro-ministro. Eles são parecidos e o tempo está a torna-los gémeos.
Veja-se o sms que Costa enviou para o telemóvel pessoal do director-adjunto do
Expresso João Vieira Pereira, qualificando-o de “desqualificado”, “incapaz” e
outros epítetos à boa maneira de Sócrates, só porque o jornalista do semanário
fez uma apreciação ao famoso programa económico do PS. O que essencialmente
disse o adjunto foi que o convite a economistas fora do partido, depois de
fazer a respectiva análise ao documento, era uma falta de coragem,
acrescentando que “se correr bem o partido tinha razão; se correr mal eram
apenas ideias loucas de uns economistas bem-intencionados”. Costa espumou, não
gostou, não gosta das verdades, e quis com o seu sms condicionar o parecer do
jornalista. Estejam atentos ao que se segue se o homem vier a formar Governo.
- Dizem-me que o actor não se chama Unhas, mas Rui Unas. Aqui fica a
rectificação e o pedido de desculpas. Eu gostava mais do pseudónimo que lhe
arranjei porque está de acordo com os excelentes textos que ele faz para as
manhãs do RFM. Aquilo arranha não só os nervos, como o cérebro daqueles a quem
ele se atira.
- Um condutor desvairado, matou cinco peregrinos que iam a caminho de
Fátima. O acidente deu-se perto de Coimbra e o desastre deixou várias famílias
desesperadas e populações inteiras constrangidas. Entre os mortos, dois rapazes:
um com dezasseis anos, outro com dezassete.