Sábado,
25.
Não
vou falar do “25 de Abril Sempre”, gostava mais de interpelar a democracia que
se lhe seguiu – serviria a todos, inclusive, a juventude.
- Não é possível que o homem esteja no
seu perfeito juízo. Falo de Trump aconselhando os americanos a fazerem uma
lavagem interior com lixívia para expulsarem o coronavírus. Tem 100 mil
infectados e 50 mil mortos e permite-se gozar com o pagode, armado em vendedor
de propaganda médica como antigamente se chamava aos rapazes que vinham dar a
conhecer o medicamento de tal laboratório e no caminho ofereciam viagens de
luxo ao estrangeiro, férias para o campeão que receitasse mais, incluindo a
família, numa estância no mar Negro e assim. No seu caso é o hidroxicloroquina
usado para a malária, desaconselhado pelos cientistas por perigoso e com
efeitos colaterais graves para o paciente. Além que há dias afastou Rick
Bright, conselheiro do Governo dos Estados Unidos, por se opor ao uso do
medicamento. Este acusou o vendedor imobiliário de clientelismo. Assim vai
mundo, governado por loucos, tiranos e ditadores.
- Numa outra dimensão, por cá, uns
duzentos refugiados foram encontrados numa pensão (agora chamam-lhes hostels é mais fino e a indignidade mais
nobre) em Lisboa, em condições insalubres, dez vivendo em 4m2, duas casas de
banho para o mundo, com mais de metade infectados com Covid-19 (138 acho), sem
que aparentemente ninguém se importasse com eles. Esta vergonha, não deve ser
imputada ao Governo, mas sim aos departamentos que se ocupam destes infelizes –
migrantes, refugiados, turistas pobres. Como na administração pública não se
pode despedir, o resultado fica eternamente espelhado na sua incompetência e no
péssimo serviço prestado aos cidadãos.
- O confinamento já acabou. Por aqui o
movimento nas ruas e estradas é o normal e no Auchan onde fui às compras, a
fila tinha cerca de trinta metros. Eu recomendo aos meus leitores redobrado
cuidado a partir de hoje. Ou me engano muito, ou vai ser terrível a segunda
vaga de Covid-19.
- O Mário (advogado) que é a bondade
de homem, dizia-me que não telefonou mais cedo porque me lê todos os dias e
acrescentou: “é como se falasse contigo todos os dias”. Que diabo! Mas eu não
sou uma máquina, e gosto de ouvir os amigos! Assim fico transformado num
palrador que fala para a plateia silenciosa – o que é sinistro.
- Terminei sob algum cansaço a limpeza
do mato no jardim. Falei com o Carlos Soares, Maria de Lurdes. Ménage e horas ao telefone a tentar
falar com o Corte Inglês sempre ocupado. Tempo tem-que-não-caías.