Sexta,
31.
Para
a grande maioria dos ingleses, este foi o dia do goodbye never again; para a minoria see you later. O grande obreiro, enfim, da saída do país da União
Europeia, é Boris Johnson. Em Portugal os nossos esclarecidos jornalistas,
desde sempre, trataram-no abaixo de cão,
não compreenderam o que se escondia sob uma personalidade um tanto ou quanto
fora dos cânones que eles destetam em ligação com a classe política. Dos
comentadores nem vale a pena falar. São uma cambada de carneiros empurrados
pelos partidos dos quais fazem parte e são correia de transmissão. Dizem e
continuam a afirmar que a Inglaterra vai soçobrar, que a debandada das
multinacionais vai empobrecê-la, que... Mas nunca disseram que ela continuou
sempre sólida, com o PIB a crescer mais de 3%, o desemprego estagnado ou a
descer, os negócios a caminhar como sempre aconteceu. Mais: em todos os
barómetros económicos, esteve sempre acima da média europeia.
- Na minha frente, no comboio que me
levou a Lisboa, seguia uma rapariga moderna, agarrada ao telemóvel fechado,
melhor dizendo, agasalhado num forro rosa, verdadeiro peluche dos tempos
presentes.
- 18 horas e quatro minutos. Encontrei o Faria Artur meu ex-colega do Diário de Notícias. Envelheceu bem. Chove. Tenho a
lareira acesa. Esta manhã grande prazer a conversar com o João muitíssimo mais
tolerante e o António na Brasileira quase deserta. Actualidade política, a plêiade
de pintores desaparecidos, a Natália Correia que também se juntou a nós num
convívio delicioso.