Domingo, 5.
Na Austrália, ao fim de dois meses de incêndios
que se propagam por todo o território, onde as temperaturas ontem tocaram os 49
graus centígrados, continuam a morrer pessoas queimadas. Não só australianos
como milhares de animais, casas e árvores numa dimensão de milhões de hectares
equivalente a metade de Portugal. E lembrar-me eu que ainda há dias, na
passagem de ano, milhares destes compatriotas faziam a festa ao lado do
primeiro-ministro, com fogo de artifício! O egoísmo de uns é a morte de
outros.
- O pobre Pedro Sánchez conseguiu
depois de vários meses a falatar à direita e à esquerda, formar governo com o
Podemos do homem de rabo de cavalo. A ver vamos quantos meses isto vai durar.
Até porque as bases do acordo são frágeis, muito fracas, tendo por base um
entendimento para a Catalunha. Se nos lembrarmos o que disse o triste
socialista sobre esse heroico povo, estamos conversados.
- O mundo não espera nada de
bom na sequência do acto terrorista de Trump. O homem é um boçal que resolve os
problemas à pancada como qualquer marginal. Espero que a Europa habitualmente
de cócoras ante um país que sonha dominar o mundo, não ceda à estratégia bélica
da aberração que governa os EUA. Fosse quem fosse Qasem Soleomani, o facto é
que ele actuava em função da origem imperialista que quis subjugar o Iraque e
uma parte do Médio Oriente. À luz de qualquer norma jurídica e de direito internacional, a presença
dos americanos no Iraque é uma invasão, uma arrogância que ofende o povo árabe
num todo. Além que a morte do líder militar iraniano, foi uma covardia. Não
houve combate e aqueles que se julgam mais fortes, atacaram pelas costas como
simples e deploráveis assassinos.
- Dou-me conta ao olhar o número de entradas neste diário resumidas pelo
sistema e aqui registadas no ano que
findou, que estive mais presente como nunca. Isso deve-se ao facto de não ter
trabalho de fundo no romance e começo a ficar desequilibrado. Mais folgado,
despejo o meu interior nestas páginas que, como um condenado que pretende
absolvição, expurga ou sacode tudo o que se concentra em preocupações e iras e não
o deixar viver feliz. Pelo que, vou seguir o meu método habitual: escrever
qualquer coisa, anarquicamente, como se faz na publicidade com o brainstorming a ver o que sai.
- Este ano apareceu por aqui esta espécie de Belzebus que não sei se
são comestíveis ou, pelo contrário, terríveis tentações que me dispenso de
qualificar. São parecidos com qualquer coisa demoníaca a que daria o nome de...
(shut! não acordes os desejos dos teus leitores).