Sexta, 3.
Ontem, à
mesa da Brasileira, grande debate sobre assuntos vários que se iam atropelando
sem qualquer regra, como é mérito de toda a franca discussão. A parada esteve
alta com o Brito a brilhar. A dada altura falou-se do chinês que eu disse ser
uma língua sem estruturas gramaticais, sem declinações e aprendida somente (ou
quase) pela oralidade, sem verbos para conjugar. Brito concordou e acrescentou
que o chinês é acima de tudo uma língua cantada, com inflexões que exprimem
sentidos diferentes se o orador emprega, por exemplo, a vogal A em tom alto ou
baixo. Esta simples articulação fonética, é suficiente para alterar
completamente o sentido da conversa. E como viveu em Macau muitos anos, deu-nos
exemplos hilariantes. Todavia, o tronco linguístico, abraça o Chinês, o
Mandarim, o Cantonês e dentro de cada uma destas fontes, ainda existem
variedades do chinês. A aristocracia intelectual, fala o chinês clássico, como
na Europa culta até ao século XIV se falava o Latim e o Grego. Entre nós, se
não estou em erro, foi D. Dinis que fez a primeira tentativa de padronização do
português. O fino era falar o grego, pese embora, a hegemonia da Igreja. Mas
Brito é de opinião que, sendo o português uma língua cantada, é-nos muito fácil
aprender o chinês. Parece que os nossos compatriotas são mestres nesse
mister.
- Para os que me acusam de pessimismo
quando disse que o mundo estava perigoso, aí têm a tradução das minhas
apreensões: o ataque ordenado hoje por Trump ao general iraniano Qasem
Soleomani, o homem que devia estar à frente dos destinos do Irão, morto no
aeroporto da capital pelo Exército dos Estados Unidos. Esta morte estúpida, vai
lançar todo o Médio Oriente contra a América e decerto também o Ocidente. Trump
é muito pouco inteligente e com este acto aprofundou a estratégia da Rússia e
da China que, naturalmente, saem reforçadas à luz da opinião mundial.
- Mas esta semana desenhou-se ainda outro
conflito sinistro: o envio de tropas turcas para a Líbia que Sarkozy e Obama desorganizaram.
A ideia de Trípoli é ajudar Fayez al-Sarraj que está em apuros com o avanço do
general Khalifa. O que daqui resultará, não só para o número de refugiados em
trânsito no país, como para a região é
ainda uma grande incógnita. Até porque Erdogan, o senhor todo poderoso,
considera a Líbia como fronteira estratégica, com olho no gás natural do
Mediterrâneo Oriental. Como se vê, o
mundo não está nada, absolutamente, nada estável. Os poderosos ditadores sob as
frágeis democracias, estão de olho aberto ao imediato.
-
Prossigo Julien Green. Também ele, cada dia, narra a situação bélica que se vai
desenhando na Europa e deu origem à chegada de Hitler ao poder. A pouca
vergonha com rapazes de ocasião, agora é quase nula. Para acalmar a libido,
está o seu “Bobby” (a americana). Que não evitou outro susto – o contagio de herpes.
As verrugas no pénis, são queimadas pelo Dr. Rasis. Que vida, hei!