terça-feira, janeiro 21, 2020

Terça, 21.
Vai por aí um alarido de indignação devido facto de a menina Isabel dos Santos estar nas bocas do mundo por ter sacado uns milhõezinhos da Sonangol para meter nas empresas portuguesas – Nos, banco Eurobic, Sonae e passo. Estas, fazendo jus à máxima que o capital não tem amigos, logo anunciaram que se vão separar da infeliz africana que teve mais olhos que barriga ou dito de outro modo, teve mais barriga que olhos.  O Banco de Portugal, como sempre muito soft profile, diz que vai averiguar. Seja como for, aquelas empresas revelaram que cortaram relações comerciais com a sua acionista, entenda-se, madame dos Santos. E o Estado Português como sai disto tudo? Ora, com a inocência dos parvos. Desde o governo Sócrates até ao actual, e tendo eu aqui há uma data de anos dito que desconfiava de todos os movimentos financeiros que entusiasmaram os nossos capitalistas e gestores, e insistido que ninguém indagava como é que a “inteligente” senhorita havia arranjado tanta massa em tão pouco tempo, seria obrigação do Banco de Portugal esclarecer-se sobre tantas operações financeiras. De onde vem o dinheiro? Era a pergunta obrigatória a fazer. Eu sei. Entre esta gente endinheirada, aos Estados não importa as origens da riqueza, importa o pagamento de impostos. É com eles que os governos se governam...


         - Duas horas sentado ao sol repartidas por Green e Bíblia (livros sapienciais). Frio e sol derramado sobre o campo. Uma pequena hora a cortar rebentos de sobreiro em torno das amendoeiras. Depois, precavendo-me, reservei hotel no centro de Budapeste. Falta-me informar o Robin do dia da chegada. Um fogo desde manhã cedo na lareira da cozinha. Lá fora a erva agita-se sob a batuta do vento. Aqui dentro paz e silêncio. Não deixei por um minuto este espaço adorado.