Quinta,
24.
Virgílio
Domingues exprimiu-se ontem sobre o meu texto de Sábado, 12. Começou por me
saudar pelo “português impecável”, depois por admirar o facto de eu das
pequenas coisas e momentos fazer acontecimentos (“não é em vão que és um
escritor”), não perceber se eu havia gostado do dia e do nosso encontro, para
concluir que foi ao espelho da casa de banho certificar-se se tinha olhos azuis
e o que viu foi um castanho mortiço. Impagável esta gente.
- Graça Fonseca, secretaria de Estado,
assumiu a sua homossexualidade. Diz que o fez para ir mudando mentalidades. Vamos
ver se é a partir daqui que se vão ouvir os estrondos dos armários a abrir e a
fechar de vez no mundo dos políticos onde toda a gente os conhece pelos nomes e
muitas vezes pelas esperas a altas horas da noite pelos moçoilos que deixam os
bares onde eles não ousam entrar... por vergonha. Eu que vivi no Príncipe Real,
sei do que falo...