Sexta,
18.
Pegou-se-me
uma nostalgia do tempo em que privei com o escritor Alexandre Cabral. Então,
ontem ao serão, fui reler passagens dos livros que ele me ofereceu e deparei
com esta citação de Fidel de Castro (Um
Português em Cuba): “Vós como cidadãos sois revolucionários, mas como
artistas, grandes reaccionários, já que aquilo que pintais o povo não o
percebe.” Aqui está um grande
ignorante, um ditador que se permitiu dizer as maiores bacoradas sem que
ninguém o mandasse calar.
- Atentado em Barcelona. Um carro aos
ziguezagues entrou pela avenida abaixo e matou 13 pessoas ferindo uma centena. O crime ocorreu nas Ramblas tão minhas conhecidas e onde todas as noites tínhamos o
hábito de fazer como os espanhóis que aos milhares subiam e desciam em passeio
a rua. O nosso hotel ficava mesmo no início daquela simpática artéria. O
atentado foi reivindicado pelo Daesh.
- Levei o meu canalizador a ver um
pequeno lago de nenúfares que estão todos abertos e formam um adorno de beleza
de extasiar. E ele: “Pra que é que isto serve, ainda se fosse uma coisa pra
comer!” O típico troncho português.
- A mim dá-me para pensar que a nossa querida
UE é em grande parte a culpada do que se passa no país a nível de incêndios.
Foi ela que alterou muitas das naturezas autóctones tradicionais da floresta e do campo agrícola
nacionais, quando andou a pagar a agricultores para desistirem de certas
espécies em substituição de outras, ou para arrancarem o que havia e viverem à
sombra dos subsídios que então corriam por aí a jorros. Depois vieram as
imposições estatais, os impostos elevadíssimos, a tirania dos supermercados, a
importação sem lei de produtos mais baratos, etc., etc.
- Outro atentado, hoje, a 120 km. de
Barcelona, em Cambrils. Quem me dá a notícia é o Virgílio quando nos sentámos
no restaurante para almoçar. Uma fuzilada num bar de praia logo de manhã. Um
morto pelos jihadistas, três atacantes pela polícia. Escusado nomear a quem se
deve esta barbaridade.