quinta-feira, agosto 17, 2017

Quinta, 17.
Na Biblioteca Nacional, do lado esquerdo de quem entra, estão numa série de vitrines expostos livros raros de autores portugueses desde o século XIV ao século XIX. A maioria pertence ao acervo de Rei D. Manuel e decerto da Casa de Bragança que tem morada em Vila Viçosa. Admiro muito este Rei que soube fazer do seu exílio em Londres, sem dinheiro, o empenho na aquisição de relíquias hoje indispensáveis à história nacional. Ao sair, senti um desejo louco de dar um salto ao Alentejo e rever a sua biblioteca no primeiro andar do Paço Ducal. Mas enfrentar 40 graus, é obra!

         - Nestes tempos de veraneio e espírito solto, o canal Arte ou TV5 Monde, têm o excelente hábito de apresentar programas de formado dito ligeiro, mas sempre interessantes e cheios de conhecimento. Foi o caso, ontem, da moda dos hostels. A dirigir um deles, estava um casal visivelmente gay. O apresentador, referindo a eles, utilizou o adjectivo couple. E logo me veio à ideia aquele casal de amigos que costumava vir por aqui muito. Um dia, escrevi neste blogue “estiveram aí os Silva” (nome fictício). Que fui eu dizer! A partir daí nunca mais apareceram nem telefonaram.


         - Começo a achar que anda não só mão criminosa nos incêndios, como por detrás há uma organização qualquer. Deve andar muita gente a ganhar fortunas com a tragédia nunca vista em Portugal. Eu espero que a nova lei dos solos venha resolver uma vez por todas a anarquia que permite aos proprietários fazerem o que querem dos terrenos. Ontem telefonei ao meu vizinho a perguntar por que não veio ainda limpar o seu eucaliptal. Invocou um acidente do seu empregado e garantiu que dentro de dias virá. Este tipo, filho do anterior grande agricultor e homem que amava a terra, sendo novo, só vê o lucro e por isso mandou arrancar a vinha para encher a quinta desta porcaria e expor-nos a todos à desgraça. Tenho esperança nos bombeiros. De facto, por aqui, e pela Serra da Arrábida, que eu saiba, ainda não aconteceu nenhum incêndio, prova que o trabalho dos agentes de segurança e prevenção tem funcionado. Dizem-me que eles têm soldados da paz em permanente vigilância nas ameias do castelo de Palmela. Logo que avistam fumo, descem por ali abaixo ao encontro dos prevaricadores e multam-nos.