quarta-feira, agosto 23, 2017

Quarta, 23.
Ontem, durante a meia-hora de piscina, surgiu inopinadamente o final do Juiz Apostolatos. Havia na história um enigma que eu ia pensando sem encontrar saída e eis que me vem não sei de onde as derradeiras cenas do livro que tanto me inquietavam. Não é bem o final – esse tinha-me sido revelado há algum tempo -, mas um pormenor do fim que faz toda a diferença. Estou muito longe da conclusão, embora tenha sentido não só entusiasmo em pensá-lo, como nestes últimos tempos todas as manhãs a escrevê-lo.

         - No barco batizado Fernando Namora, encontrei a funcionária do bar de quem falei aqui noutra altura. Logo que a avisto, sento-me nas primeiras cadeiras para escutar os piropos e a conversa malandra que ela quase sempre trava com as habitués. Hoje ouvi-a lançar um grande elogio ao marido garanhão: “Eu saio de casa muito bem resolvida.”


         - O Príncipe abriu esta semana. Fui lá juntar-me aos amigos para um almoço barulhento até dizer chega. Mesmo assim, foi possível travar uma conversa ao nível do Corregedor. De seguida no atelier do Guilherme, o Carlos Soares e eu, demorámo-nos a ver os últimos trabalhos do Mestre e em conversa solta até à meia-tarde. Alguns artistas amigos passaram no fio calmo (desta vez não havia álcool) das recordações, não só eles como a sua pintura e escultura. O Irmão lançou o tema que o obceca nesta altura Eugène Delacroix.