terça-feira, agosto 15, 2017

Terça, 15.
Uma grande manifestação teve lugar em Barcelona. Com que objectivo? Correr com os turistas. Os espanhóis estão fartos de serem escorraçados dos centros históricos, transformados em hostels, em alojamentos deste e daquele teor, por preços que eles não podem pagar. Revoltados, gritaram: “Rua! Daqui para fora!” Desde que o turismo foi democratizado, perderam-se as características dos povos que sofrem a invasão do turismo de massa. Os governantes são os únicos satisfeitos.

         - No Afeganistão por onde passaram russos, americanos e gerações de mercenários, grita-se contra a corrupção. Sim, lá como por todo o lado. Uma bomba reduziu a cinzas uma vasta zona, mas já ninguém liga a esses crimes que se tornaram vulgaridades incorporadas no dia-a-dia onde a vida humana perdeu todo o valor.

         - Este foi o segundo ano que não tive de ouvir o mecânico perguntar: “De que se queixa o carro? - Nem ele nem eu nos queixamos de nada”. No dia seguinte, ao levantá-lo para o levar à inspecção anual, passa para cá 120 euros. Assim, vão 200 euros de economia e um sorriso de orelha a orelha.


         - Quando outro dia falei de Cultura a propósito da sagacidade de João Corregedor pela discussão como matéria de conhecimento, devia ter citado Novalis. Não o fiz, mas vou fazê-lo agora. “Toute culture mène à ce que l´on ne peut appler que liberté, si l´on veut bien entendre par là non pas une pure abstraction, mais le fonds créateur de toute existence.” As minhas conclusões de sábado, 12, ficam assim prontamente estabelecidas.