Terça,
15.
Uma
grande manifestação teve lugar em Barcelona. Com que objectivo? Correr com os
turistas. Os espanhóis estão fartos de serem escorraçados dos centros
históricos, transformados em hostels, em alojamentos deste e daquele teor, por
preços que eles não podem pagar. Revoltados, gritaram: “Rua! Daqui para fora!” Desde
que o turismo foi democratizado, perderam-se as características dos povos que
sofrem a invasão do turismo de massa. Os governantes são os únicos satisfeitos.
- No Afeganistão por onde passaram
russos, americanos e gerações de mercenários, grita-se contra a corrupção. Sim,
lá como por todo o lado. Uma bomba reduziu a cinzas uma vasta zona, mas já
ninguém liga a esses crimes que se tornaram vulgaridades incorporadas no
dia-a-dia onde a vida humana perdeu todo o valor.
- Este foi o segundo ano que não tive
de ouvir o mecânico perguntar: “De que se queixa o carro? - Nem ele nem eu nos queixamos
de nada”. No dia seguinte, ao levantá-lo para o levar à inspecção anual, passa
para cá 120 euros. Assim, vão 200 euros de economia e um sorriso de orelha a
orelha.
- Quando outro dia falei de Cultura a
propósito da sagacidade de João Corregedor pela discussão como matéria de
conhecimento, devia ter citado Novalis. Não o fiz, mas vou fazê-lo agora. “Toute
culture mène à ce que l´on ne peut appler que liberté, si l´on veut bien
entendre par là non pas une pure abstraction, mais le fonds créateur de toute existence.”
As minhas conclusões de sábado, 12, ficam assim prontamente estabelecidas.