Segunda,
14.
Esta
manhã, pelas nove horas, quando tomava café ao balcão do Retiro Azul, o
empregado abriu duas garrafas de uma pólvora qualquer, aviou dois bagaços bem
aviados, e quando eu ia a sair, ainda ouvi um tipo a barafustar que perdia a carreira
se ele não se despachasse com o vermute. Este alcoólico, tinha uma barriga de
quem não via o zizi há uma data de anos.
- A vida está constantemente a
enviar-nos sinais da nossa pequenez. Olhem o Esain Bolt, aquele que parecia
mais veloz que o vento. Na derradeira volta ao estádio olímpico de Londres, as
pernas fracassaram e ele acabou a carreira de desportista a coxear e por fim no
chão enquanto os seus colegas prosseguiam indiferentes ao tremendo desastre de
uma vida. Que lição impressionante, esta!
- Ágata, uma artista popular com
canções ordinárias ou de meia-tigela, vai candidatar-se às autárquicas de Castanheira
de Pêra! Não é tão terna a democracia! Digam-me, por favor, não somos felizes todos
juntos na razia da nossa simplicidade campónia! Ela vai ganhar e depois os de
lá vão ter concertos pimba directamente das janelas da câmara e transmitidos
pela TVi para o mundo civilizado, que assistirá embasbacado à manjedoura do
canal ou em laudas no Correio da Manhã seu irmão.
- Estão garantidos para hoje 37 graus.
Para a semana, vou serrar a lenha que fui recolhendo por aqui e por ali. Está
mais que seca com este inferno de calor.