terça-feira, agosto 16, 2016

Terça, 16.
Não vejo hora de chegar a Paris e precipitar-me para o Petit Palais. Vai inaugurar um pouco antes de eu chegar, uma imensa retrospectiva da vida e obra de Oscar Wilde julgo que a primeira. Todos os anos dedico um ou dois dias a percorrer alfarrabistas em busca de estudos sobre a sua obra e, sobretudo, ensaios de aprofundamento do processo que o condenou, em 1895, por homossexual. Foi o maior crime de cinismo cruel cometido no reinado da rainha Victória, e de que a descendência da horrorosa (não só por ser feiona, mas por ser obscena) soberana até hoje nunca se escusou. Depois, quero subir ao cemitério Père-Lachaise para lhe deixar uma flor e uma prece na campa que o escultor Jacob Epstein desenhou.

     
    - Os fogos com o seu rosário de abandono das populações e devastação dos bens materiais e imateriais, tende a chegar ao fim. A seguir vem a ladainha dos políticos e autarcas com o responso de promessas que nunca cumprem, mas salvam-lhes a pele de ser tostada nas labaredas do crime. Mais tarde as serras e as casas, o gado e os campos, fazem o luto da tragédia e tudo em conjunto ficará sepultado sob o imenso manto de cinzas, seixos e negritude, trevas e tristeza que o Inverno selará no horizonte sem vista para o azul do céu. O Verão espreita do outro lado do calendário para de novo receber os criminosos que nenhuma justiça condenou.  


         - Na Turquia, apesar da repressão, prisão, controlo dos meios de comunicação a centenas de juízes, professores, jornalistas, militares, os homens do PKK conseguiram fazer explodir uma esquadra e matar três polícias e ferir vários outros agentes da autoridade. Quem disse que a opressão é um meio eficaz de conter a liberdade.