Segunda, 8.
Prossegue a campanha eleitoral nos EUA. A
senhora Clinton que já demos, vai ter que ganhar ao cómico Trump. Os eleitores
detestam-na, mas entre ela e o perigosíssimo adversário republicano, venha o
diabo e escolha. Por aqui se vê que não há seriedade nenhuma na moderna democracia.
Ganha não quem tem ideias, mas quem tem dinheiro.
- As temperaturas não cessam
de aumentar. Rondam a Sul quarenta e um graus centígrados. Entretanto, a Norte,
os incêndios não dão tréguas aos bombeiros e às populações atingidas. O quadro
costumeiro nesta época do ano. Acresce que a maioria dos fogos tem mão
criminosa. Acontecem à noite.
- Ontem apareceram aí a Conceição e o Simão. Organizou-se uma sardinhada
apesar dos 40 graus que estavam. Passaram-se bons momentos divertidos e o Simão
que trouxe as sardinhas e duas garrafas de vinho, bebeu sozinho uma delas. Uma
esponja, este amigo! Depois, bem tocado, estendeu-se na chaise-longue do salão
e foi à caça de gambozinos enquanto a Conceição eu fomos a uma pastelaria na
Quinta do Anjo. Quando regressámos pelas sete e tal da tarde, já ele tinha
ressuscitado do sono profundo em que havia caído. Retornaram a Lisboa às oito
da noite deixando para trás um rasto de boa disposição. Hoje de manhã chamei a
Piedade para pôr ordem na cozinha - tal a bagunça que aí reinava.
- Na pastelaria esbarrámos com uma personagem que temos o hábito de ver
inchada nos telejornais e parece que abraçou a pasta de secretário de Estado de
qualquer coisa. Figura pequenina, talvez um metro e pouco, em calções, magra,
insignificante. Vê-lo assim, percebe-se por que se agiganta ele quando em
funções de Estado. Deve viver por aqui – todos cá vêm parar. Quando isto
estiver infestado das realezas, eu abalo para o Alentejo.