Domingo, 21.
Os gémeos de dezassete anos, filhos do
embaixador do Iraque, deixaram em situação vegetativa um rapaz de quinze
barbaramente agredido pelas duas bestas que aprendem a pilotar aviões numa
escola em Ponte de Sor. O português ficou com traumatismos cranianos e a cara
de tal modo desfigurada devido aos ossos fraturados, que teve de ser transferido
de avião para o hospital de Santa Maria onde se encontra em estado incerto.
Ninguém lhes pode tocar, devido à Convenção de Viena que criou a imunidade
diplomática. Já cá tínhamos tantos energúmenos que dispensávamos mais estes.
Portugal tem assim tão importantes relações comerciais e culturais com o Iraque
que precise de uma embaixada! Não bastaria um simples gabinete? Não gostei das
declarações evasivas do ministro dos Negócios Estrangeiros. Andou muito melhor
o Presidente da República. Marcelo, devido ao seu temperamento e personalidade,
é mais criativo e arrisca mais, além de que pratica um consulado semelhante ao
dos seus congéneres nos países de democracias estabilizadas e de reconhecimento
dos direitos humanos. A acompanhar.
- A nossa cínica União Europeia não é de todo destituída. Por exemplo, o
que coseu para a CGD é consentâneo com a democracia e os valores (físicos e
morais) das nações. Refiro-me ao que exigiu fosse a compatibilidade dos seus
administradores no tocante às regras de interesse destes em relações àqueles,
desta empresa em relação ao Estado, e assim por diante conforme, de resto,
prevê a lei portuguesa. Estes princípios, deviam estar subjacentes à natureza honesta
e íntegra de cada político, e nem era preciso figurassem na Constituição da
República. Mas porque o Governo PS não conhece a lei ou a ignora, a UE vem
dizer que não admite acumulação de cargos pelo que os felizardos escolhidos
para o banco do Estado vão ter que aprender sobre a actividade bancária e
exercer apenas numa empresa. Que faz o Governo socialista, faz o que fez o camarada José Sócrates: altera a lei a seu favor e dos seus apaniguados.
Simples e seguro.
- A ler com toda a atenção o artigo publicado hoje no Público do punho
sábio do professor Vítor Vasconcelos. Está lá tudo e bem explicado sobre o
antes e o depois dos fogos, sobre as águas verdes das piscinas olímpicas, sobre
o que acontece ao Planeta no seguimento. A ler e a recortar para guardar.
- As temperaturas tornaram-se, como direi, mais humanizadas. Respira-se
melhor e os mergulhos no mar ou na piscina, trazem ao corpo os hosanas de
outros tempos quando em nada nos importava que os dias fossem cálidos porque
nada nos impedia de os afrontar. Os fins de tarde transportam no movimento do
vento todos os perfumes desses tempos eternos quando utilizávamos as horas como
um brinquedo de mil cores. O sol não queima, afaga como a carícia de um amor
retardado na memória.