segunda-feira, agosto 15, 2016

Segunda, 15.
Faz hoje dezasseis anos que Julien Green nos deixou. Como o tempo passa a correr! Já cá não estarei para ler o seu Diário integral que o escritor protelou para 50 anos após a sua morte, portanto, 2048. As primeiras preces desta manhã foram para ele.


         - Arquivei no meu computador o rol de subvenções vitalícias que a Caixa Geral de Depósitos paga aos nossos ricos políticos que dizem ter abraçado a coisa pública movidos pelo superior interesse da nação. São 332 sortudos que têm para o resto das suas vidas uma reforma em média de 2300 euros por uns escassos anos de trabalho, enquanto milhões de portugueses trabalhando de sol a sol uma vida inteira, se ficam pelos 300/400 euros. Alguns exemplos. Sócrates que fez o que se advinha ter feito, vive com a modestíssima soma de 2.374,05 euros. O inchado Ângelo Correia, apesar dos negócios chorudos em que anda metido, arrecada por mês 2.685,53 euros. A nossa Dulcineia comunista Odete Santos 2.905,11 euros. O meu amigo João Corregedor 2.685,53 euros (alguém me havia bichado que seriam 4 mil euros). Não tenho inveja. Só pena que eles quando estiveram em cargos políticos nada tenham feito em favor da disparidade social e económica e dos velhos com reformas-migalhas de pobreza. Advém ainda que quase todos possuem múltiplos empregos e trabalhos e, nestas condições, em muitos casos a subvenção não passa afinal de uma gorjeta. Se guardo religiosamente o documento, é porque sei o valor da expressão bem portuguesa: “Quanto toca?” É a partir desta inocente pergunta, que se joga o destino político dos iluminados em Portugal. Cavaco dizia que não podia viver com 10 mil euros! A parolice não tem vergonha. Como a maioria da classe que nos governa veio de baixo, é na ganância financeira e no trem de vida pompeante que joga a sua credibilidade. Pobres coitados, benza-os Deus!