Quarta,
24.
Vem
da Alemanha o primeiro aviso de que algo pode estar para acontecer de sinistro
na Europa. Devemos levar a sério as indicações dadas aos seus compatriotas pelo
Governo e se a elas associarmos o abastecimento bélico feito nos últimos anos
por vários países europeus e não só, temos o quadro que nos espera. A Alemanha
deu indicações para que as famílias fizessem reserva de produtos essenciais,
alimentares e outros, para pelo menos uma semana. Por outro lado, vai
restabelecer o serviço militar obrigatório suspenso desde 2011. O futuro não se
mostra auspicioso.
- Ouvi a gravação integral da
entrevista dada pelos brutos gémeos filhos do embaixador do Iraque. Tudo aquilo
tresanda a instrução rápida, bem assimilada, e não confere com jovens de 17
anos. Sobretudo quando se transformam em moralistas. Nesta versão, eles não
repetiram o chavão racista e xenófobo, com menção às suas origens muçulmanas
que disseram terem sido injuriados no bar. Tudo muito estranho e nada
convincente.
- Ontem encontrei no Rato o Jorge
Rodrigues dos meus tempos boémios de Lisboa. Foi ele que me reconheceu e
ficámos por largo tempo a reviver amigos e acontecimentos. Casou cinco vezes, tem
filhos de algumas das mulheres, o último dos quais com 19 anos, vive só em
Xabregas na sua casa atelier e continua a viver a pintura. “Tás na mesma, é
incrível!” disse-me de rompante. Depois veio a necrologia: o Zé Manel, morto; o Fernando, falecido; o... Não quis ouvir
mais, com medo de que o meu momento acontecesse ali, diante da sede do Partido
Socialista, que é de todos o pior local para se morrer...
- Uma hora mais tarde, com o meu
médico dito de família, longa conversa sobre o meu estado de saúde. Percebi que
ele é leitor destas merdelhices porque encetou uma conversa critica sobre o que
costumo dizer sobre os médicos (enfim, alguns) e os cuidados para se ter uma
longa vida. “Os seus cuidados é um facto que têm resultado, mas porque você
ainda é muito novo. Com a idade é inevitável virmos a ter problemas e doenças.
Digo-lhe eu que sou médico e vejo milhares de doentes.” OK. Discordo, mas
rendo-me. Penso também que há quem tenha tido uma morte serena depois de uma
vida cheia. A morte é o que temos de mais certo. Viver sempre cansa e
desmoraliza porque não se faz a saldo do que a vida foi.
- Louvo a Câmara de Lisboa pelos novos
passeios que vão do Largo do Rato à Avenida da Liberdade. Ao meio foi arrancada
a calçada lisboeta que tantos perigos oferece, e em substituição colocaram lajes de pedra bujardadas muito bonitas que são um prazer pisar. Deviam utilizar o mesmo
método em toda a cidade.
- Forte sismo de 6,2 de magnitude, foi
sentido em Amatrice a 150 quilómetros para nordeste de Roma. Há vários mortos
registados e para cima de uma centena de feridos até ao momento. As últimas
indicações, apontam para pequenas vilas no zona de Perugia destruídas. A
própria capital foi atingida também.