quarta-feira, agosto 03, 2016

Quarta, 3.
O IMI é a galinha dos ovos d´ouro para os governos e autarquias; os proprietários de imóveis a presa fácil de lhes extorquir somas fabulosas. O actual governo socialista, decidiu aumentar o imposto que não tem cessado de crescer nos últimos anos, imagine-se, a todos os prédios e casas onde entre ou que estejam voltados ao nosso tão querido e propalado sol. Esta não lembra nem ao pior tinhoso! Acontece como somos um país soalheiro, poucos prédios haverá onde o Estado não vá sacar mais umas centenas de euros por ano. Numa pocilga existe um sol radioso, pagas. Numa barraca isolada numa colina banhada pelo sol, pagas. Por uma nesga de uma baiuca chega o astro-rei, pagas. E assim por diante. Quer dizer, pagamos por termos nascido num lugar bafejado pelo bom clima, como se Portugal fosse um país do Norte da Europa onde o sol é escasso e quando aparece precipita para as janelas e varandas, jardins e espaços abertos toda a gente. Nesses países talvez devesse haver um imposto assim, porque o sol é mitigado... Tudo isto passa-se num executivo composto pelo PCP. Como foi possível que o Partido Comunista deixasse passar um imposto injusto, incompreensível, absurdo que ataca todos os portugueses! Que faz ele numa coligação destas! Acresce que vivemos – dizem – num sistema democrático que mais parece uma democracia ditatorial, onde o povo amocha, é carregado de impostos, passou a trabalhar apenas para os pagar e onde tudo aumenta menos os ordenados e as pensões. Em breve somos uma massa compacta de condenados por termos nascido num país de autocratas que até nos obrigam a pagar o sol. Para não falar na excentricidade dos poderes discricionários dados ao fisco e presidentes de câmara que deles farão uso como muito bem entenderem – a lei tudo permite. Voltámos para trás não sei quantos anos. A ganância do Estado reflecte-se nos pobres coitados, deixando os tubarões à solta a amassar somas diabólicas. Tudo porque a nossa estimada União Europeia exige cada vez mais dos pobres e quase nada dos ricos. Costa repôs os salários e pensões tirados por Passos, mas vai buscar muito mais com subterfúgios indecentes que empobrecem ainda mais os contribuintes. Até quando?  


         - Suprimi as páginas 214 a 222 do romance. Estão bem escritas, são do ponto de vista narrativo cativantes e divertidas, mas não fazem parte da profundidade que constitui o conjunto estão, portanto, a mais. Doeu-me fazê-lo, porque tive de arranjar coragem para desistir de algo que levou tempo a pensar e a construir. Mas o que tem que ser tem muita força.