Sábado, 13.
Quem corrobora de tudo o que eu penso e
tenho aqui escrito sobre o assunto, é o jornal Público de hoje ao registar: “Há
cada vez mais casos de hospitais privados a encaminhar (trata-se de um
eufemismo devia dizer-se despejar) para o SNS doentes que ficam sem dinheiro ou
esgotam (outro modo simpático de falar quando devia dizer-se compulsivamente
esvaziado) o plafond do seguro.” Esta
técnica de sacar dinheiro que na realidade não passa de um roubo, quando a
pessoa se encontra num estado de fragilidade, é de todos conhecida – Estado,
SNS, médicos - mas ninguém tem interesse em lhe pôr cobro.
- Portugal precisa de nova revolução. Desta vez porém, profunda capaz de
correr com o próprio Estado que é de todos o que mais explora o cidadão. Vêm de
seguida os Bancos, a eléctrica chinesa, as Câmaras e o submundo administrativo onde
proliferam os pequenos gatunos de meia tijela que embolsam também uma boa
percentagem.
- Portugal é cada vez mais uma simulação moral, estética, social, histórica,
colectiva. Ontem, quando cheguei aos barcos do Barreiro e ia a embarcar no
Fernando Namora, a cancela que nos separa da gare e é comandada por alguém na
estação ou no barco, estava a fechar. Uma rapariga que embarcava no mesmo barco,
forçou o sistema para me deixar passar. No curto caminho até ao catamarã, despejou
o saco: “Se fossem três pretos que estivessem para apanhar o barco, eles não
faziam aquilo, porque eles partiam tudo.” A história que nos contam
sistematicamente diz que somos um povo anti-racista.