segunda-feira, maio 30, 2016

Segunda, 30.

Definitivamente tenho que me conformar sem me deixar abater: a sarna do futebol não nos larga. Acabado este e aquele campeonato, logo se perfila esta e aquela competição, tudo para sacar o máximo ao povo alienado que, sendo pobre e iletrado, não se dá conta que mais pobre fica. Esta obsessão que antigamente a esquerda quis erradicar por nefasta e fazendo o jogo alienante do salazarismo, está mais pegajosa que nunca. Com uma extraordinária diferença: antes os jogadores vestiam a camisola do desporto e da alegria da comunicação partilhada em igualdade com os adeptos, em sã camaradagem, sem as pressões dos ganhos que hoje comandam e desfiguram uma actividade que devia ser sadia, para não falar dos ganhos escandalosos que colocaram uma pedra gigante entre jogadores e espectadores que viram o desporto fugir-lhes das vistas e ser tomado de assalto pelos gorilas da santificação dos lucros criminosos. Saloios de pé descalço, analfabetos, são hoje os grandes dirigentes de equipas-máquinas de fazer dinheiro. São eles que aprenderam a triturar pessoas, jogadores, políticos, administradores e técnicos. Têm todos e tudo nas mãos e como não sabem o que e a ética, só a ambição lhes interessa e mais gozo de usufruírem do mundo a seus pés. Dominam a terra, os Estados, os Governos, as autarquias e trazem subjugados e rendidos milhões de pessoas. São a terrível máquina da alienação e do descontrolo das mentes e das consciências. Aprisionam os pobres a uma quimera obrigando-os a pagar caro a sua rendição. São uma sarna que infectou o corpo social, a juventude, destrói o Planeta e por onde passa em glória deixa um rasto de morte, sofrimento e miséria.