Sábado, 21.
António Costa e o seu Presidente Marcelo,
são dois compinchas que inauguraram uma nova forma de fazer política: o cómico
como representação do real. Foi assim esta semana quando o primeiro-ministro
apresentou o “novo Simplex”. Na altura sacou da cartola um porco com asas que
ofereceu à sua ministra da Presidência. O homem teve imensa graça e se eu não
fosse de olhar a piada como espectáculo, estaria já derretido pelo chefe de
Estado.
- Um avião da Egyptair despenhou-se ao entrar nas águas do Egipto
morrendo todas as pessoas que iam a bordo: franceses, um português, egípcios,
tripulação. Pensa-se que se tratou de um atentado, mas ao certo ainda não se
sabe dado que um acidente pode também ser causa da ocorrência.
- Ontem estive todo o dia em Lisboa. Primeiro, no dentista para me
despedir de mais 150 euros, depois com a minha velha amiga Alzira num almoço no
Corte Inglês. Andei sempre de transportes públicos que gosto muito. Quando deixei
a clínica dentária e me dirigi à paragem do autocarro, umas cinco velhas
desdentadas (se fosse o Holland diria “pobres desdentadas”), levantaram-se do
banco onde estavam sentadas em salamaleques para me darem lugar. Como eu não
aceitasse, continuaram em salmos evocando as suas virtudes cívicas e os meus
direitos. Tive que as mandar calar e acrescentei que não estava ali a
representar para o programa que corre na SIC sobre os direitos das minorias. Entupiram.
Quando o autobus chegou, afastaram-se em vénias, para que eu fosse o primeiro a
entrar no transporte. Modas.
- Ontem estive até à meia-noite a ler a biografia de George Sand. Avançamos
como se tivéssemos em cada página um destino e descobríssemos uma personalidade
que não se deixou ajustar a nenhuma ideologia, a nenhuma política, a nenhuma
capela literária. Sand foi uma revolucionária à sua maneira. Ela - como dizia
Sainte-Beuve -, Bèranger, Sue e o padre Lamennais, foram os quatro grandes
socialistas altruístas do século XIX.