sábado, maio 21, 2016

Sábado, 21.
António Costa e o seu Presidente Marcelo, são dois compinchas que inauguraram uma nova forma de fazer política: o cómico como representação do real. Foi assim esta semana quando o primeiro-ministro apresentou o “novo Simplex”. Na altura sacou da cartola um porco com asas que ofereceu à sua ministra da Presidência. O homem teve imensa graça e se eu não fosse de olhar a piada como espectáculo, estaria já derretido pelo chefe de Estado.

         - Um avião da Egyptair despenhou-se ao entrar nas águas do Egipto morrendo todas as pessoas que iam a bordo: franceses, um português, egípcios, tripulação. Pensa-se que se tratou de um atentado, mas ao certo ainda não se sabe dado que um acidente pode também ser causa da ocorrência.

         - Ontem estive todo o dia em Lisboa. Primeiro, no dentista para me despedir de mais 150 euros, depois com a minha velha amiga Alzira num almoço no Corte Inglês. Andei sempre de transportes públicos que gosto muito. Quando deixei a clínica dentária e me dirigi à paragem do autocarro, umas cinco velhas desdentadas (se fosse o Holland diria “pobres desdentadas”), levantaram-se do banco onde estavam sentadas em salamaleques para me darem lugar. Como eu não aceitasse, continuaram em salmos evocando as suas virtudes cívicas e os meus direitos. Tive que as mandar calar e acrescentei que não estava ali a representar para o programa que corre na SIC sobre os direitos das minorias. Entupiram. Quando o autobus chegou, afastaram-se em vénias, para que eu fosse o primeiro a entrar no transporte. Modas.


         - Ontem estive até à meia-noite a ler a biografia de George Sand. Avançamos como se tivéssemos em cada página um destino e descobríssemos uma personalidade que não se deixou ajustar a nenhuma ideologia, a nenhuma política, a nenhuma capela literária. Sand foi uma revolucionária à sua maneira. Ela - como dizia Sainte-Beuve -, Bèranger, Sue e o padre Lamennais, foram os quatro grandes socialistas altruístas do século XIX.