sábado, maio 07, 2016

Sábado, 7.
O nosso anafado Durão Barroso, anunciou a Portugal que vai deixar a política activa para se dedicar aos negócios, às conferências e a umas aulas avulso por aqui e por acolá. O povo suspirou de alívio, porque naquela derradeira tentativa há ano e meio para ser Presidente da República ele resmungou e disse-lhe na cara rechonchuda: dégage, exit ou melhor rua, pá! É um dos grandes chicos-espertos da nossa cena política. Medíocre presidente da triste União Europeia onde trabalhou bem a baralhada de interesses dos mais fortes, tatibitates primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros, perpetuamente exibindo o sorriso pateta que alargou cinismos e cobardias, com uma sólida conta bancária que foi tudo o que lhe interessou a par da dignidade que os cargos oportunistas que no seu parecer e arrogância lhe conferem prestígio, ei-lo senhor  de uma posição pessoal que desde os tempos de militante no MRPP (por aqui se imagina a personagem) não acreditava vir a alcançar. Que abafes na podridão da riqueza, pá.

         - A “geringonça”, proclama António Costa, está sólida. Que Deus a conserve, porque o PS sozinho no poder, seria o maior desastre que nos tocava. Com o PCP e o BE a controlá-lo, não deixam descarrilar o comboio que tenderia a entrar em marcha acelerada na estação do PSD. O pouco de equilibrado e bem realizado que Costa e seus muchachos têm feito, agradecesse à esquerda, a verdadeira, a que não se conhece tocada pela cobiça, a ganância, o roubo e a corrupção. Disse e redigo: não há como a malta do PS para idolatrar o dinheiro e as honrarias. Por isso, louvo Jerónimo de Sousa e a menina arrebitada do BE. Resistam!

         - O fogo levou as autoridades a evacuar da cidade Fort MacMurray no noroeste do Canadá, 80 mil pessoas. A região é densamente arborizada e não se sabe como o incêndio começou. Um hospital com 100 mil doentes foi também esvaziado.

         - O tremendo pontapé de António Guerreiro ao romance de Rentes de Carvalho impressiona pelo rigor, pela leitura atenta do crítico, pelo tiro certeiro a uma obra que se assemelha na sua plataforma gongórica à de Mário Cláudio se exceptuarmos o seu último romance. Todavia, devo dizer que gosto do nosso escritor holandês, admiro a sua coragem, a sua independência, uma certa visão do mundo. O que detesto nele como em quase todos os novos escritores, é tomarem-se de importância com uma escrita densa, complicada, rebuscada, em desprimor da frase cristalina, do português limpo, do discurso trabalhado para o leitor colher a magia das palavras como qualquer coisa que acontece e não é rebuscada nos dicionários da “hiperliteratura” e do "pastiche”.  


         - Dia de trevas. Homogeneidade de tons cinzentos. Ventos descontrolados. Ladainha triste tocada ao longo das horas abafadas de soturnidade.