sábado, maio 07, 2022

Sábado, 7. 

De Stendhal que reformulo através da paixão que Eugénio Lisboa tem pelo escritor: “Il a fait comprendre aux nobles e aux riches que l´hypocrisie est le plus court chemin vers la considération.” Palavras que cabem em cheio nos dias de hoje.  

         - A covid cresce: 11 mil novos casos dia. Quando os políticos se entremetem nos conhecimentos médicos que aconselham prudência, o desastre chega em consequência. 

         - A nossa imprensa, bichanada sob interesses vários e indisfarçáveis, agarrando-se a uns quantos pecadilhos cometidos por Boris Johnson durante a pandemia, rejubila (vá-se-lá-saber porquê) com os votos que ele deixou de obter nas eleições regionais a acontecer no Reino Unido. As suas faltas não lavam os erros dos nossos puros políticos na mesma época e sob os mesmos impedimentos. Nem tudo na sua governação me encanta. Grosso modo porém, acho-o um político arrojado, diferente, expondo as suas fraquezas sem hipocrisia, defensor da liberdade, ao lado das grandes causas que por elas se bate com denodo. O que menos aprecio, é o seu plano para migrantes que requerem asilo, enxotando-os como mercadoria sem interesse para o Ruanda. Um pouco como fez a Austrália, com a ilha de Nauru, no Pacífico. Aliás, a história do país, deve a sua formação a este tipo de cadeia a céu aberto. Contudo, disto e do essencial, não falam a televisão e os jornais. 

          - Putin que pretendia reunir o império, eis senão quando, à vista de toda a gente, o divide. A trapalhada que vai pela Moldava é disso exemplo. Que acontecerá à Gagaúzia? E à Roménia? À Moldavia (que pertence à NATO)? À Transnístria? E neste contexto à Ucrânia para não falar do pseudo território na margem do mar Negro dito independente? Temos ali uma vasta rede de povos que, decerto, não vão assistir de bancada à perda de tudo o que conquistaram. Que falta de estratégia, senhor Vladimir Putin! Decidiu tudo sozinho ou foi mal aconselhado? 

         - Um dia encharcado de sol. Fui fazer pequenas compras ao mercado dos agricultores e regressei para entrar numa roda-viva de afazeres onde só faltou estímulo para o romance (escrevi meia página). Continuei a cortar a erva em frente à casa, sob calor insuportável da tarde. Nada que um duche não refizesse. Recusei o almoço de uma amiga, mas amanhã talvez aceite o dos franceses. Vai depender do avanço no livro.