domingo, maio 29, 2022

Domingo, 29.

José Milhazes, não obstante ter frequentado o seminário e ter, inclusive (segundo declarou à SIC) ouvido a voz de Deus aconselhando-o a desistir da carreira eclesiástica, diz ter perdido a fé em qualquer espécie de paraíso mesmo o da religião cristã. Há, todavia, nas suas palavras um logro que eu compreendo e vem da sua ruína à entrega ao marxismo-leninismo: confundir a doutrina de Jesus Cristo com o “paraíso” que foi procurar nos anos que passou na URSS e de onde voltou descrente de toda verdade única. Ele e todos nós somos livres porque Deus assim nos fez, enquanto que a doutrina marxista é ditatorial, opressiva, hedionda, porque não deixa ao indivíduo nenhuma porta aberta para a liberdade e o ser único que cada um de nós somos, criados um a um, e não colectivamente, por Deus.  

         - Estou com Volodymyr Zelensky quando afirma que Kissinger “não está em 2022, mas em 1938”, a propósito da guerra levada a cabo por Putin. Diz o homem que conduziu a diplomacia americana durante quase dez anos e tem hoje 99 de idade: ser “necessário  à Ucrânia fazer concessões a Moscovo (entenda-se perder território) para pôr fim à guerra”. Henry Kissinger foi o homem da Guerra Fria e tem tendência enquanto americano a achar que o mundo e os povos devem servir de joguete às estratégias geopolíticas das grandes superpotências, pondo de parte as ambições dos povos, o seu direito à liberdade, e à condução do seu destino. 

         - A este propósito, cito o filósofo José Gil em artigo no Público de hoje: “Qualquer coisa está a acontecer naquele país (a Ucrânia). Qualquer coisa só comparável aos campos de extermínio nazis. (...) Qualquer coisa de monstruoso apareceu, dentro da monstruosidade que é a guerra.” E mais adiante: “O que nós vemos e adivinhamos nas imagens (...) é que, para cada um, por baixo da dor, transparece o medo e a ansiedade de ter sido arrancado ao chão, atirado ao ar, e ter ficado a flutuar, perdido, sem as referências e os laços afectivos que o uniam ao mundo – sem casa, sem terra, sem amigos, sem o lar, sem a cidade, sem o tempo dos gestos e ritos que fazem uma vida. O espaço vivo da casa ou da cidade, e o tempo pulsado do trabalho e do lazer desapareceram para os ucranianos.” 

         - Comecei e terminei a longa tarefa de aspirar manualmente o chão da piscina. De seguida acordei a água do sono do Inverno, com os produtos que operam a magia. Três horas com os skimers a funcionar e o PH e o coloro ficaram no ponto. Seguiu-se a complicação de acertar as quatro horas nocturnas diárias de tratamento da água (Sr. Xi nem mais uma hora!), porque me esqueci como devia proceder e tive de ir à Internet (gloriosa rede) tirar a posologia.