domingo, janeiro 17, 2021

Domingo, 17. 

É alarmante o que se passa nos hospitais com a chegada ao minuto de novos contágios. Os noticiários televisivos e as primeiras páginas dos jornais, falam em catástrofe e hoje parece colher unanimidade que o governo tem conduzido muito mal o assunto. Com mais de 10 mil casos por dia, o SNS não tem condições de acudir a todos com a dignidade que cada um merece. Se Costa e Marcelo actuaram e continuam a actuar muito mal, também é certo que os portugueses não levam a sério a doença nem os governantes. Neste caldo as mortes, todos os dias, são às centenas. Tudo por culpa da ganância de votos e poder que concedeu o Natal e a Ano Novo no pressuposto que o povo era razoável. É desconhecer a mentalidade das gentes de hoje. Eu sou de opinião que a distância entra governantes e governados é cada vez mais abissal. Assim o diálogo é de surdos, mas o vírus que não sabem quem é quem, ataca indiscriminadamente. 

         - Assim as eleições para a Presidência. Porque motivo não foram adiadas? Seria mais vantajoso e a democracia sairia honrada. Assim, penso, a abstenção vai ser enorme por incúria e sabe-se-lá-porquê de quem nos governa. A própria campanha dos concorrentes está reduzida a questiúnculas sem importância, traduzidas em farpas pessoais, atacando o Ventura e dando-lhe notoriedade, sendo a necedade nacional crassa, quem poderá afirmar que houve campanha. Com pelo menos 128.165 doentes internados (dados de hoje) fora os milhares em casa ou a seguirem tratamentos contra as sequelas, e, ainda, os milhões que não quererão sair de casa, o quadro deste escrutínio é a vergonha dos políticos que dizem defender a democracia. 

         - Lionel e a mulher, são médicos. Ele foi infectado, ela não. Ambos trabalham em hospitais públicos, ambos são saudáveis. Eles e os filhos que foram contaminados, estão bem. Mas os -17 graus que ontem estiveram em Estrasburgo, são um perigo para a calamidade que cobre o mundo inteiro. 

         - Saí para comprar o jornal e tomar chá a convite da Glória e do Raul. Ela transborda de talento para a doçaria. Confinados, é na cozinha que passam a maior parte do tempo. Todos os dias a Glória faz um bolo. Vim de lá com um de abóbora e outro de coco. Uma delícia que como à fatia de manhã com o primeiro Nespresso e depois do almoço com o segundo e... basta. Missa transmitida dos Açores, celebrada pelo padre Bruno Rodrigues da igreja de Santa Bárbara, Terceira. Homília notável centrada nas raízes primitivas da Igreja. Sacerdote de uma simpatia e simplicidade, visivelmente crente, culto e atento à sociedade presente. Leituras ao sol quente depois do almoço: jornais, Green e Sontag. As geadas são convidadas durante a noite para as manhãs brancas de 0 graus.