terça-feira, dezembro 01, 2020

1 de Dezembro (Oh!).

Foi ontem a enterrar Mohsen Fakhrizadeh (que não sei como se prenuncia). Era master em matéria do programa nuclear iraniano, perseguido por Israel e pelos EUA e ambos, desejosos por se verem livres dele antes de Trump abandonar o posto, trataram de o assassinar numa emboscada. Teve honras de chefe de Estado e categoria de “mártir”. O ayatollah Ali Khamenei promete vingança: “Vamos atacar como um relâmpago os assassinos desse mártir oprimido e faremos com que se arrependam das suas acções.”. Na minha pequena inteligência não entra a ideia que há armas nucleares benignas nos Estados Unidos, Israel, e passo e as mesmas armas destrutivas na Coreia do Norte, em França, etc.    

         - O Estado é useiro e vezeiro em vender empresas que dão lucro e ficar com as que dão prejuízo. Por que será? 

         - O Mágico e o seu ministro das Finanças, assim como o Presidente dos afectos, nenhum se digna ir falar aos empresários da hotelaria que continuam ao fim de cinco dias em greve da fome diante ao Parlamento. Eu vejo com apreensão a capacidade de estes senhores resvalarem para o autoritarismo e a arrogância. Basta ouvi-los falar, o tom e o ar já está lá. Desafio-os a deitar uma olhada ao Corte Inglês ou ao Alegro, em Setúbal, onde entrei esta manhã e fiquei apenas uns minutos assustado com o que vi. Em ambos os centros comerciais, havia milhares de pessoas a comprar com tal descontracção, nas tintas para “achatar a curva” tão querida de vossas excelências. 

         - Em sintonia com os dias difíceis que todos passamos, encolhi-me, desmotivado, afundado no sofá do salão. Fiz o estritamente indispensável como acartar lenha para a lareira, fazer alguma cozinha, dar de comer aos gatos. O resto das horas foram quase um ininterrupto fio de leituras o que não é bom para a tola nem membros inferiores. Ainda por cima o tempo sinistro acrescentou uma nota lúgubre ao já escuro cerco do espaço. O verde das árvores recortado no horizonte de chumbo, dava a este cenário um toque a finados. Isto foi ontem. Hoje o dia expandiu-se da luz original, o sol abriu a sua coroa dourada, as plantas, julgando que era já verão, piscaram os olhinhos ensonados e por toda a terra à tristeza sobreveio a alegria. 18 horas e 15 minutos, no salão onde arde um fogo radioso.