terça-feira, dezembro 22, 2020

Terça, 22.

Ouvirei hoje Ana Gomes, mas não troquei ontem Stéphane Bern por Marcelo. Para mim sem interesse, tendo em conta a overdose, noite e dia, durante estes últimos cinco anos. Sua excelência não pode acrescentar nada de novo à ladainha televisiva do seu mandato. Não pode? Então e aquela de confessar ter sido enganado, não pelo Governo, mas pelos laboratórios que prometeram vacina contra a gripe para todos e os que conseguiram vacinar-se não passam duma minoria. Eu que não estou nos segredos da governação, nem escuto as reuniões do Palácio de Belém, preveni a tempo aqui os leitores da propaganda que a coisa trazia. Quem me lê, está sempre prevenido... 

         - Julien Green que continuo a ler (neste caso a reler) com imenso interesse. Por sobre tantas páginas “indecentes”, por entre as centenas de rapazes que passaram debaixo dele, as acções íntimas narradas com a força da pornografia que se desprende dos actos e excitarão muitos leitores, Green, através desse calvário que foi a sua vida pelo menos até aos quarenta anos, parece-me mais um percurso de purificação para chegar não digo à santificação, mas perto de algo parecido com a conduta humana que Deus exige de todos nós. Se não houvesse pecado, Deus não teria razão de existir. E como sabemos, Ele adora preferencialmente os pecadores.     

         - Almocei com fr. Hélcio no Vitta Roma. Antes para fugir às multidões que entopem os centros comerciais e são uma injustiça para os pequenos restaurantes e lojas, fiz singelas compras nas casas abertas da avenida do mesmo nome. De retorno ao sol, à calma do campo sereno e onde não bule uma folha, acendi a lareira do salão e, de computador nos joelhos, avancei no Matricida. Os irmãos Black têm o hábito de me ir esperar ao portão, a alegria por me verem é tal, que saltitam, rebolam um sobre o outro, e só não falam porque não foram à escola aprender. De contrário, diriam: “Olá galdério! Bem-vindo sejas!”