segunda-feira, dezembro 14, 2020

Segunda, 14.

O Irão dos déspotas ayatollahs, enforcou o jornalista Ruhollah Zam que de Paris onde vivia combatia pelos direitos cívicos e pela democracia no seu país. Atraído a uma emboscada que lhe prometia uma cadeia de televisão financiada pela oposição ao Guia Supremo Khamenei o ditador lá do sítio, foi preso à chegada ao Iraque onde era suposto realizar-se a reunião com o líder dos xiitas iraquianos Khamenei que financiaria o projecto. Foi condenado sem direito a advogado, por “corrupção na Terra”, uma das mais graves na República Islâmica. A designação “corrupção na Terra” é curiosa. Imagine-se que ela se aplicava no nosso país, onde a rede de corruptos é já tão grande que não haveria cemitérios onde os enterrar. 

         - Não gostei das palavras de Ana Gomes e Marisa Matias sobre o Chega. A primeira, disse que "era obrigação do Presidente da República dizer ao Tribunal Constitucional e à Procuradoria Geral da República que deveriam atuar para não permitir a legalização de uma força que claramente põe em causa a Constituição";  a segunda, garantiu que eleita Presidente da República, "não daria posse a um Governo apoiado pelo Chega" Belas democratas, sim senhor! Então o Chega está constitucionalmente na Assembleia porque arrobou a porta e entrou, ou porque houve milhares de portugueses que votaram para que lá esteja? Não gosto de quase todas as propostas do partido, mas isso combato-as eu com as armas de que disponho: a escrita e discussão onde calha. Mais: se um partido como o Chega obteve os votos que lhe deram força, foi porque a esquerda, com o seu trabalho e imposição hegemónica, o permitiu.  Há milhares de milhares de descontentes com o trabalho dos ditos socialistas que, diga-se em abono da verdade, não passam de matriz social-democratas, mas mais perigosos por pregarem um princípio e praticarem outro. Prefiro mil vezes o Chega ou o Partido Comunista no Parlamento que fora dele. 

         - Os centros comerciais são incubadoras de coronavírus. Recuso-me a entrar e aconselho os meus leitores a fazer o mesmo. É mais um erro do governo permitir as inundações a que assisti há duas semanas, por contraste com os pequenos restaurantes e lojas, e um crime que apresentará a conta a partir de Janeiro se não for antes. 

         - Donald Trump, Presidente, sim ainda lá está, forçou o começo da vacinação contra a Covid-19 em massa. Eu acho tudo isto uma grande aventura que ninguém com dois dedos de testa aceitará. Sabe-se muito pouco sobre os seus resultados e o que nos escondem é imenso. Quando a política se mete onde não é chamada, as pessoas, os cidadãos não contam para nada. 

         - Isto é um país amaldiçoado, só pode. Enquanto milhares de pessoas vivem em condições extremas de pobreza, quando o SNS paralisou, os pobres crescem, milhões estão confinados, velhos apodrecem sem ajudas, os quadros governamentais distraem-se com fait-divers num divórcio insuportável entre o país real e o político.  É porque este saiu de Belém com mensagem de Marcelo, é porque o ministro perdeu a confiança dos seus subordinados, aqueloutro quer mais dinheiro e influência, a Policia está descontente e assim. Uma pergunta inocente: como vai o Mágico e com que magia governar o pagode em simultâneo com a chefia da UE, quando a retaguarda está afundada num buraco de víboras?  

         - Tinha um encontro em Lisboa, mas faltei. Trabalhei de manhã, intervalei para o almoço, e depois de ter dado um salto ao supermercado daqui, prossegui no romance tendo chegado às 58 linhas. Chuva todo o dia, céu coberto de grandes manchas negras.  Clima ameno, embora húmido. Há dias que não acendo a lareira.