quinta-feira, dezembro 03, 2020

Quinta, 3.

A história conta-se assim. A Polícia foi alertada para uma festa que decorrida ao arrepio das regras em tempo de pandemia num bar gay no centro de Bruxelas. Aí chegada, deu com uma autêntica orgia que acontecia na sua quase totalidade entre homens. Na busca foram encontradas drogas, nomeadamente, pastilhas de ecstasy, e os 25 reinadios nus. Quando passou à identificação dos barbudos, verificou que na sua grande maioria eram diplomadas e eurodeputados acreditados na Bélgica. Entre eles, estava Jozsef Szajer, eurodeputado e fundador do Fidesz, o partido de Viktor Orbán. Aquele senhor, fez constar na Constituição de 2011 que permite a Orbán fazer o que quer, “a Hungria protegerá a instituição do casamento como união de um homem e de uma mulher”, isto é, os direitos de igualdade reivindicados pelas pessoas LGBT não serão admitidos. Esta cena, faz-me lembrar o regime Nazi que combatia os homossexuais, mas os generais e graduados das Forças Armadas aproveitavam à tripa forra os corpos sólidos dos soldados. Esta é também a imagem de um tempo, em que os países são governados por uma canalhada foleira, que não só aproveita as benesses e corrupção de toda a ordem, como satisfaz impunemente os seus instintos sexuais que condenam por lei aos outros.     

         - A Piedade chegou de rastos – o seu bisneto fora levado pela mãe para a Holanda sem dar cavaco ao ex-companheiro. Fiquei sem fala. Que se diz a uma bisavó ou a um pai em situações como esta? Não sei. De modo que me limitei a aconselhar que nem ela nem o neto desistam de lutar pela tutela da criança. Ai, santa e sagrada família! Bem fazem os burlescos apresentadores da TV sempre de olho “na família”, enquanto engodo de incitamento à sociedade de consumo.  

         - Caíram as primeiras geadas. O sol chegou logo depois e, sob seu calor, li lá fora os irmãos Black espojados a meu lado. Levanta-se o frio, são horas de fechar as portadas e acender a lareira.