sábado, dezembro 05, 2020

Sábado, 5.

Ouvi o primeiro-ministro Marcelo Rebelo de Sousa antecipando-se ao chefe do Governo, na apresentação das medidas de confinamento para as próximas semanas. É mais do mesmo. Mas quem vê o que se passa nos centros comerciais, tende a dar razão aos homens da restauração, aos artistas, lojistas e portugueses obrigados a ficar em casa muitos deles a pão e água. Não se percebe este trabalho com tanta falta de lógica, que parece preferenciar as grandes superfícies em desfavor do leque imenso de pequenas unidades profissionais. 

         - Eu, aos meus leitores, uma dezena ou um milhar, aconselho a que não liguem nenhuma ao plano de vacinação propagandeado pelo Governo; esperem para ver é tudo o que lhes peço. 

         - J.M.T. ocupa-se na sua crónica de hoje de Ljubomir Stanisic. Chega a elogiá-lo dizendo que ele é vítima de investida contra a sua reputação por se ter atrevido a criticar o Governo. Vem a propósito recordar a natureza do sujeito,  a sua “reputação” fala por si e não necessita da protecção do articulista. Apanhado ao telefone prometendo a um polícia garrafas de vinho se ele abrisse caminho na ponte Salazar, perdão, 25 de Abril porque sua excelência, em tempos de confinamento, necessita de alcançar rápido os seus vastos domínios do Alentejo; a sua “reputação” faz-se tentando envenenar o banqueiro Ricardo Espírito Santo; a sua “reputação” está arquivada em páginas de impropérios aos portugueses, de Norte a Sul, na SIC que lhe deu apoio, em emissões que cortava aos bocados os pobres chefes e cozinheiros nacionais inferiores a ele, chefe supremo, vindo dos confins não sei de onde para os reduzir a  porcos, merdas, porrada e humilhação. Fez muito bem António Costa em não o receber. A SIC desceu muitos pontos ao tê-lo recebido no telejornal, um homem grosseiro, ordinário, convencido que os portugueses são uma cambada de pobres coitados com pretensão a ser alguém num domínio onde ele está persuadido ser o maior. João Miguel Tavares perdeu uma oportunidade de ser imparcial e convencer os seus leitores de que é jornalista. 

         - Momentos indescritíveis diante da ARTE a assistir ao concerto da orquestra de Leipzig, Sinfonia 4 de Peter Tchakovsky, dirigida por Andris Nelsons. 

         - Neva intensamente em Castro Daire, Serra da Estrela, Guarda. O frio chegou em força. Tenho três lareiras acesas. A casa assim aquecida, recorda-me os dias de inverno quando aqui vinha passar os fins-de-semana e a encontrava uma câmara frigorífica. Só ao fim de uma hora, a lareira a fundo, ousava despir os agasalhos.