segunda-feira, novembro 30, 2020

Segunda, 30.

Ouço uns e outros, donos de restaurantes em França e os nossos e constato a diferença. Enquanto os primeiros dizem que o Governo os ajuda no fecho dos estabelecimentos com 10 mil euros mês; os de cá falam em 20, 30 euros mês!  Por isso, eles estão há três dias em greve de fome diante da Assembleia Nacional. Somos pobres diz o ministro, mas ricos para sustentar bancos, companhias de aviação, associações de tudo e mais alguma coisa, as PPP e todos os oportunistas que se espalham pelo tecido empresarial dependente de subsídios e esmolas do Estado. 

         - Respigo da entrevista do neurocientista António Damásio ao Público de ontem: “Era a religião que nos dava a direcção daquilo que é ser bom e decente como ser humano em relação aos outros e ao mundo. A ciência não é, de forma alguma, oposta à religião, é uma nova forma de caminhar no sentido daquilo que as melhores religiões puderam trazer ao ser humano.” Estas palavras endereço-as aos novos médicos e enfermeiros que, segundo a filha do João que acaba de regressar a casa depois de quase um mês ligada à máquina no Santa Maria, referem a vida humana como qualquer coisa que está abaixo do seu dia-a-dia de funcionários que trabalham na saúde – a ontologia e a humanização da medicina não lhes diz respeito.