domingo, novembro 01, 2020

Domingo, 1 de Novembro.

O ano passado elegi As Aventuras de Augie March de Saul Bellow como o melhor livro que li; este ano São Paulo – N. T. Wright. Evidentemente, aconselho estas duas obras aos meus caros leitores.  

         - Em França outro atentado, desta vez em Lyon, na pessoa de um padre ortodoxo. O sacerdote está hospitalizado em estado grave, o possível assassino foi apanhado. Dois tiros com caçadeira de canos cortados – inabitual até aqui. 

         - Costa tirou da cartola mais uns arrufos contra a pandemia. O que lhe interessa são os negócios e, como ninguém o leva a sério, eis que cenas como aquela na Nazaré ontem, com centenas de espectadores colados no areal a ver as ondas gigantes e os surfistas de ocasião. Para não falar daquela centena de adolescentes reunidos em festas em Cascais e Lisboa a semana passada. E, contudo, os focos de infecção estão mais que estudados: lares, perdão, residências com 40% e aglomerações de pessoas à noite em bares, restaurantes, discotecas e casas particulares. O necessário para além de testar o máximo de gente, era fechar o comércio entre as oito da noite e as sete da manhã, vigiar os lares, e multas aos meninos e meninas egoístas que pensam que o vírus só se interessa por pulmões cansados. Quanto às vacinas que o Mágico não vê hora aparecer, é melhor dar a palavra ao presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, Dr. Jorge Soares, ele que mais sabe sobre o assunto e não faz política barata. É fácil confinar, impor uma afronta aos direitos dos cidadãos, à liberdade, ao direito à vida corrente, mais difícil é resistir aos interesses económicos, ao futebol, aos acontecimentos que eles chamam culturais, e a uma quantidade de excepções que têm na base nos negócios. Senhor primeiro-ministro, a arrogância e o poder discricionário, pode pô-lo nos píncaros, mas mais próximos dos prepotentes ditadores. Recordo-lhe que ainda vivemos em democracia.  

         - Comecei e acabei a poda na vinha virgem, utilizando depois os caules que replantei ao longo do caminho principal. Comecei a cortar as hortênsias (só as flores murchas pelo sol de verão). Aspirei a piscina para esgoto, esvaziando deste modo uma parte da água das chuvas. Pela tarde fora, entreguei-me à cozinha - tarte de medronhos, maçãs assadas, um prato de peixe no forno...- que intervalei para ir tomar café num instante a casa da Glória de onde vim com um bolo de frutos e marmelada, nada a ver com a outra, saborosíssima, feita pela Zitó, anos a fio, dos marmelos aqui da quinta.