segunda-feira, novembro 09, 2020

Segunda, 9. 

À parte a compaixão e o respeito que me merecem todas e todos quantos nos hospitais ou em casa sofrem do vírus chinês, têm os de mais de trabalhar para “achatar” a curva da incompetência governamental. 

O gato que achata coronavírus 


         - Os socialistas estão revoltados com o PSD por ter feito a “geringonça” à direita na Madeira. Não deviam. Primeiro, porque o Chega é um partido com assento na Assembleia Nacional; segundo, porque Mário Soares não teve pejo em se coligar com o CDS que na altura todos apelidavam de extrema-direita. 

         - Não quis ficar em casa a achatar a curva do dito cujo, e disparei para Lisboa onde vários assuntos me esperavam. Comboios com passageiros normais, idem no Chiado, Brasileira com os habitués. Mas o bicho persegue-nos para todo o lado. Só ontem tivemos mais 6640 novos casos de coronavírus, com 2848 óbitos ao todo. Estamos praticamente com o mesmo número de mortos por gripe do ano passado que foi de 3000 mil. Escrevo estas linhas num restaurante da Av. de Roma onde abanquei para almoçar. Uma bátega de água está a cair lá fora. O tinto que acabei de ingerir, parece que me toldou a cabeça pois sinto um peso que me verga para a soneca que não posso fazer. Esta manhã, na esplanada, adiantei no romance. Poucas linhas que não estou certo irei conservar. Abriu o sol; vou tomar o Fertagus de regresso ao sossego. Uma freguesa na mesa ao lado, sozinha, bebeu uma garrafa de vinho branco. Com a pandemia estamos todos chonés. A uns dá-lhes para a bebida; a outros para falar sozinhos, a alguns bater nas mulheres, a muitos a se desqualificarem-se enquanto humanos de plenitude humana.