domingo, novembro 08, 2020

Domingo, 8. 

Mais uma nota que diz muito do declínio de António Costa: o Partido Socialista não ter no seu seio um candidato a Belém. Isto prova a divisão que devasta o partido, onde a maioria irá votar em Ana Gomes. Óptimo. Só ele e os mais chegados apoiarão Marcelo. 

         - A América tem, enfim, Presidente: Joe Biden. Por agora talvez tenha escapado à ditadura que espraiava os seus tentáculos por todo o lado. Mas eu esperava que Trump tivesse menos votos; os mais de 70 milhões de americanos que têm confiança nele, são a marca expressiva de uma nação dividida. Veremos como vai ele capitalizar tão estrondosa  vitória. Biden parece um homem profundamente humano, depois de um bronco que só dava valor ao dinheiro é uma benção para os EUA como para o mundo. 

         - Transcrevo do Público de hoje: “A directora (do célebre e noutros tempos apreciado Lar do Comércio) chamava aos idosos `caquécticos`, não tinha respeito. Quando calhava morrer alguém, a reacção dela era do género: `Há por aí sacos pretos para despachar a encomenda?` Isto são coisas que eu ouvi, porque antes da pandemia as visitas podiam entrar e sair sem marcação e eu costumava ir lá ao domingo almoçar com a minha mãe.” Quem assim fala, é Dona Manuela Costa e Almeida. Que os políticos, todos, leiam e meditem nestas palavras, porque todos, repito, todos são cúmplices desta afronta miserável àqueles que trabalharam e descontaram uma vida inteira e vêem-se depositados em casernas lúgubres e à beira de uma morte sem dignidade. Eu peço a Deus que não me dê vida suficiente para terminar naquelas casas mortuárias. 

         - Apanhei as romãs que restaram destes dias de tempestade. As árvores estavam carregadas e eu, fazendo jus aos conhecimentos da Piedade que dizia só as devia colher depois do S. Martinho, acabei no desgosto de as ver às dezenas podres na terra. Igualmente os medronhos que atapetam o chão sem que eu possa aproveitar apenas uma mínima parte. Acendi pela primeira vez este Outono a salamandra da sala de jantar, não porque houvesse frio, mas por medo da humidade.