terça-feira, outubro 13, 2020

Terça, 13.

Há mais um foco a acrescentar incerteza ao mundo: o conflito entre arménios e azerbaijanos no doloroso enclave de Nagorno-Karabahk. O pobre e infeliz e digno povo arménio, que já passou por tantos genocídios, o primeiro dos quais no séc. XIX quando do declínio do Império Otomano e a sua queda em 1918 arrastou tragédias às comunidades cristãs por todo o Médio Oriente, e os jovens turcos, em 1915, levaram a cabo a maior aniquilação arménia, assim como egípcios, sírios e libaneses de maioria cristã, vê-se mais uma vez confrontado com uma guerra sem fim. Não bastou o problema no final do séc. XX, quando sob a batuta da União Soviética, o território azerbaijano povoado por arménios, requereu a incorporação na vizinha Arménia. O que requerem hoje os arménios, fartos de sofrer e quase terem desaparecido, é a manutenção da “faixa de segurança” em território do Azerbaijão, que este exige ser-lhe devolvido. Como sair desta complicação? 

         - In-te-re-ssan-tí-ssi-ma entrevista de António Barreto ontem na antena 1. Com pessoas como ele, a vida, a dele e a nossa, revela todo o significado, quando balizada pela inteligência, sensibilidade, lucidez, coragem e equidade. Até a entrevistadora que habitualmente não prima pela independência, esteve bem. Se o país tivesse uma dúzia de homens como ele... 

         - Exemplo do melhor jornalismo. As televisões ao serviço do senhor Costa e companhia, não tendo como elogiar o governo da nação, insistem num pormenor para eles, jornalistas, da maior importância: o Orçamento Geral do Estado este ano ter sido entregue ao presidente da Assembleia da República, antes das nove da noite por comparação com o do ano passado que chegou ao Parlamento pela meia-noite. Que ridículo, senhores! Se não têm notícias, metam um disco do Quim Barreiros que o povo agradece. Aquele “o bacalhau quer alho” (que não sei se é dele, mas bom). 

         - Vou ter de engordar um pouco. Toda a gente me diz que estou magro demais e o Carlos outro dia foi preciso: “estás bem fisicamente, mas de cara muito magro”. Comecei e acabei de limpar as palmeiras. Duas dúzias de ramos juntaram-se aos montes secos que aguardam o inverno para se transformarem em cinza. Que mais? Veio aí o Raul construir-me um cavalete com a madeira que vou reciclando recolhendo-a de estradas e caminhos para dentro da quinta. Vou iniciar agora a pintalgada de cal nos troncos das árvores de fruto. Trabalho mais duro tendo em vista o esforço de cintura.