quarta-feira, outubro 28, 2020

Quarta, 28.

523 mil novos casos de coronavírus ontem em França. Como dizia um médico no canal 2 francês, é melhor confinar todo o país e não ter em conta a economia, porque esta recupera e os mortos não. 

         - Quem ouvisse o primeiro-ministro e não soubesse da derrota, acharia que o seu partido tinha alcançado mais uma sólida maioria nos Açores. O Chega foi o grande ganhador. Recém formado, aparece como terceira força. Todos o atacam, em vez de olharem para si perguntando-se porque razão o Chega tem as preferências dos portugueses. Costa agoniza aos poucos. A propaganda, por muito bem alicerçada na fantasia, já não colhe. O prestidigitador foi desmascarado. 

         - Quem também dá uma ajudinha, são as meninas e os meninos do BE. Nunca compreendi a razão de tanta importância a um partido que não digo caiba num táxi, talvez num autocarro que os deixe à porta do mercado do peixe na Azambuja. O facto é que os socialistas estremeceram com o veto pré-anunciado ao OE, que o Governo se esforça por encontrar quem nele alinhe. Apareceu o PC com mais um sapo engolido, sem que consiga disfarçar ou encobrir as suas (muitas) contradições. 

          - Outro que ajuda discretamente ao crepúsculo do Mágico, é Marcelo. Anda numa roda-viva de contactos em Belém, tentando montar o puzzle da pandemia e assim enfrentar os meses trágicos que se avizinham. Tarefa que devia pertencer ao primeiro-ministro. Este, ultimamente, todas as ordens que emite, são incompreensíveis e na tentativa de agradar a todos os sectores, acaba por baralhar toda a gente. Entretanto, o corona vai devastando velhos e novos, a economia e a saúde mental de todos e cada um. 

         - Vieram em seu auxílio 43 médicos em carta aberta à ministra da Saúda. Diziam não estarem de acordo com a carta dos cinco bastonários da Ordem dos Médicos que levantaram preocupações e alarmes inusitados acerca da catástrofe em que se encontra o SNS. Aqueles dizem que estes pendem para interesses da medicina privada; mas a mim pareceu-me um texto oco, espécie de papel selado com assinatura das cúpulas do Partido Socialista. Uns e outros, enfrentam-se no interior dos seus interesses, o país real nada tem a ver com isto. 

         - Porque esta gente vive numa redoma dourada. Exemplo disso, foi o primeiro debate do Orçamento ontem na Assembleia. Que tristeza de deputados! Longe vai o brilho dos primeiros Parlamentos com uma plêiade notável de oradores e cientes cidadãos! Estamos cercados pela doença e a morte, mas os nossos representantes discutem minudências, questiúnculas de lana-caprina, fervores partidários e coisas pessoais de galos e galinhas assanhadas. É um susto! É de fugir! 

         - Uma chuva dita “molha tolos” ficou pela manhã. Mesmo assim, desci ao portão e estive a descobrir a mandala que o senhor Pedro construiu sob as minhas indicações e a terra com o tempo encobriu. Quero voltar a tê-la a abrilhantar a entrada da quinta. Noite mal dormida, trop de pensamentos aziagos. Incerteza. A vida a derrapar, a esperança em Deus a ampliar.