sábado, outubro 10, 2020

Sábado, 18.

Fui à Avenida de Roma para continuar o calvário Mac, que ainda não ficou resolvido devido a uma série de mal-entendidos próprios das tecnologias, feitas para sugar dinheiro aos seus utilizadores e dar importância aos saloios que estão de joelhos perante elas. Bref. A dada altura ouvi uma voz feminina chamar pelo meu nome. Olhei mas não vi ninguém. Pensei que decerto aquele chamamento inusitado, saiu de algum carro logo posto em movimento à ordem dos semáforos. Bref. O que há de espantoso naquela artéria da cidade hoje em decadência, é o facto de ainda nela viver uma certa fauna de pessoas do antigamente que não passou de moda. Continuam a sentir-se importantes, vestem-se como se fossem para a ópera, pastam nos cafés como se estivessem na sala das suas casas, entopem as ruas com os seus carros luzidios, um braço pendente do vidro, o outro ao volante, quem vem atrás que se lixe porque eles estão reformados, são empregados bancários, professores, alguns políticos, cada um com a sua vidinha triste, alguns com ela dupla, todos convencidos que são alguém no lento e sonolento tempo que por ali parou exalando miasma que teima em demorara-se neles. Bref.