terça-feira, maio 19, 2020

Terça, 19.
Ana Gomes considerou um “episódio lamentável, deprimente mesmo”; acrescentando : "Nunca se viu o lançamento de uma recandidatura de um Presidente da República anunciada numa fábrica de automóveis, por alguém que não estava sequer na qualidade de dirigente partidário, mas na qualidade de primeiro-ministro e num contexto em que o Presidente da República tinha acabado de se ingerir, de forma bastante criticável, nos assuntos internos do Executivo.” Referia-se a deputada socialista ao episódio Mário Centeno, para dizer que vai reconsiderar a sua candidatura em nome da democracia. E tem razão. Conte com o meu voto. De facto, Marcelo Rebelo de Sousa que tem tudo para ser um grande Presidente, ao cabo destes anos parece apenas aperfeiçoar o populismo, o trolaroismo e outros ismos que me dispenso de enumerar. Ele governa, como já aqui disse muitas vezes, como Presidente e primeiro-ministro, autarca e presidente de junta de freguesia. É completo. Não se percebe como Portugal se conserva pequenino  e pobrezinho com um Presidente assim. É o fado... talvez.

         - Fui, portanto, ontem a Lisboa. Como vi eu o ambiente de libertação anunciado? É certo que escolhi ir fora dos horários de ponta, e nessas condições o ambiente é outro. Daí no Fertagus da ida, não haver praticamente ninguém e os poucos passageiros tinham máscara à moda “du n´importe comment ». No metro pouca gente, pelo Chiado idem. Cafés e lojas vazias, um ar de abandono presente. A maior parte dos passantes de máscara e até no Corte Inglês onde fui pagar uma conta e trazer o jantar, quase vivalma. O pior foi no regresso, pelas cinco horas. O comboio praticamente cheio em Sete Rios (ou será Jardim Zoológico, o bebé Nestlé que responda). Então assisti ao abandono das regras de distância e, embora toda a gente andasse de máscara, o corpo a corpo era inevitável. E é aqui que o perigo espreita. Dizem os senhores jornalistas que são uma sumidade na matéria, que os portugueses têm medo de sair à rua e estão a gostar da sornice da casa. Não sei, não sou jornalista. O que desejo é que as medidas um pouco precipitadas não descambem em tragédia. 
De máscara... furibundo.


         - 15 horas e trinta e um minutos. Dia de calor. Pela manhã cedo, comecei e acabei de roçar a erva no caminho de casa ao portão. Trabalhei no Matricida não tendo chegado às 100 palavras. Fiz um bolo de limão a que juntei nozes. Uma delícia! Amanhã, provavelmente, abro o lounge. É tempo de soltar a loucura e fazer dos dias a festa possível dos encantos das noites.