Domingo,
3.
A
manifestação do dia 1º de Maio da CGTP em período de estado de emergência.
Vieram sócios de todos os pontos do país, enquanto milhões de portugueses
ficaram forçados em casa, proibidos de se deslocarem de município para município.
Foi uma ponta de força que a central sindical quis marcar, como quem diz por
cima de nós ninguém passará e até a Covid-19 vergar-se-á a nossa vontade. País sui generis o nosso.
- É muito curioso o decore que os políticos
se esforçam por mostrar quando são visitados pelas câmaras de televisão em suas
casas. Normalmente surgem a botar discurso à frente de estantes de livros para
dar a ideia de pessoas cultas. Mas o líder do CDS foi o máximo. Apreciei as
colecções, muito arrumadinhas, que de certeza o senhor leu com toda a atenção, desejando
eu que a sua cultura não seja de fachada... Porque se for igual à sua predecessora,
estamos conversados.
- Primeiro dia de levantamento do
confinamento. Vou anotar os números que nos farão pensar da celeridade da
medida. Número de casos confirmados: 25.190; mortos: 1023; novos casos (de
ontem para hoje): 203.
- Nós somos o governo que fizermos da
nossa vida; os gananciosos são os primeiros a perder tudo. Green diz algures no
diário publicado em vida: Deus dá-nos com raiva aquilo que Lhe pedimos com
obsessão e insistência.
- O boneco de borracha, afinal ainda
por cá anda. Apareceu mais gordo e redondo aos seus escravos. Diz a imprensa
que esteve de quarentena. Mas como se não se conhece nenhum caso de coronavírus
no país do “imperador”?!
- Aos povos analfabetos, as ordens que
se lhes dá fazem-nos inchar de importância. Foi o caso hoje quando quis comprar
o Público no quiosque do supermercado, portanto, antes dos espaços dos
produtos, sem máscara. Tive que me bater por 30 folhas de alface fresca. Ainda a
propósito de máscaras. Aquela entrevista ontem na SIC à Ministra da Saúde, é o
exemplo refinado do que é hoje o jornalismo. A pobre criatura, bateu-se bem
contra o entrevistador. A estes tipos, não interessa nem agradecem, o esforço insano
que tem sido o do Governo e dos seus membros ligados à saúde, o que importa é criar casos, fazer
sangue, influenciar a opinião no sentido que as administrações de TV e jornais
impõem. A informação, hoje, é feita de golpes baixos, de contra-informação, de
casos mesquinhos, de coisinhas ao nível
do chinelo. No meu tempo de jornalista, talvez não houvesse tantos
formados em Comunicação Social, mas havia tarimba, bons profissionais que nos
indicavam o caminho correcto, nos davam a dimensão livre, o pensamento
escorreito, a dignidade do trabalho. Hoje c´est
du n´importe quoi. E os meus leitores sabem que não sou meigo para com
António Costa! Mas o seu a seu dono. Com o peso de 10 milhões de portugueses às
costas (onde se incluem os senhores, como se chamam... ? jornalistas) não foi
nem é tarefa para qualquer um – e Costa tem sido quase perfeito.
- Assisti à missa esta manhã pela
televisão. Falei com Francisco Brito (lá está um grande jornalista, senhor de cultura invulgar), Fr. Hélcio, Gordilho, Nieto, Glória e Maria do Céu (de Paris).
Prossegui a segunda tosquia em frente à casa. Amanhã devo terminar. Vou assistir
a um concerto de música clássica no ARTE. Dia de verão perfeito.