domingo, maio 03, 2020

Domingo, 3.
A manifestação do dia 1º de Maio da CGTP em período de estado de emergência. Vieram sócios de todos os pontos do país, enquanto milhões de portugueses ficaram forçados em casa, proibidos de se deslocarem de município para município. Foi uma ponta de força que a central sindical quis marcar, como quem diz por cima de nós ninguém passará e até a Covid-19 vergar-se-á a nossa vontade. País sui generis o nosso. 

         - É muito curioso o decore que os políticos se esforçam por mostrar quando são visitados pelas câmaras de televisão em suas casas. Normalmente surgem a botar discurso à frente de estantes de livros para dar a ideia de pessoas cultas. Mas o líder do CDS foi o máximo. Apreciei as colecções, muito arrumadinhas, que de certeza o senhor leu com toda a atenção, desejando eu que a sua cultura não seja de fachada...  Porque se for igual à sua predecessora, estamos conversados.

         - Primeiro dia de levantamento do confinamento. Vou anotar os números que nos farão pensar da celeridade da medida. Número de casos confirmados: 25.190; mortos: 1023; novos casos (de ontem para hoje): 203.

         - Nós somos o governo que fizermos da nossa vida; os gananciosos são os primeiros a perder tudo. Green diz algures no diário publicado em vida: Deus dá-nos com raiva aquilo que Lhe pedimos com obsessão e insistência.

         - O boneco de borracha, afinal ainda por cá anda. Apareceu mais gordo e redondo aos seus escravos. Diz a imprensa que esteve de quarentena. Mas como se não se conhece nenhum caso de coronavírus no país do “imperador”?!

         - Aos povos analfabetos, as ordens que se lhes dá fazem-nos inchar de importância. Foi o caso hoje quando quis comprar o Público no quiosque do supermercado, portanto, antes dos espaços dos produtos, sem máscara. Tive que me bater por 30 folhas de alface fresca. Ainda a propósito de máscaras. Aquela entrevista ontem na SIC à Ministra da Saúde, é o exemplo refinado do que é hoje o jornalismo. A pobre criatura, bateu-se bem contra o entrevistador. A estes tipos, não interessa nem agradecem, o esforço insano que tem sido o do Governo e dos seus membros ligados  à saúde, o que importa é criar casos, fazer sangue, influenciar a opinião no sentido que as administrações de TV e jornais impõem. A informação, hoje, é feita de golpes baixos, de contra-informação, de casos mesquinhos, de coisinhas ao nível  do chinelo. No meu tempo de jornalista, talvez não houvesse tantos formados em Comunicação Social, mas havia tarimba, bons profissionais que nos indicavam o caminho correcto, nos davam a dimensão livre, o pensamento escorreito, a dignidade do trabalho. Hoje c´est du n´importe quoi. E os meus leitores sabem que não sou meigo para com António Costa! Mas o seu a seu dono. Com o peso de 10 milhões de portugueses às costas (onde se incluem os senhores, como se chamam... ? jornalistas) não foi nem é tarefa para qualquer um – e Costa tem sido quase perfeito.


         - Assisti à missa esta manhã pela televisão. Falei com Francisco Brito (lá está um grande jornalista, senhor de cultura invulgar), Fr. Hélcio, Gordilho, Nieto, Glória e Maria do Céu (de Paris). Prossegui a segunda tosquia em frente à casa. Amanhã devo terminar. Vou assistir a um concerto de música clássica no ARTE. Dia de verão perfeito.