Sexta, 15.
A classe política é incorrigível.
Enquanto o ministro das Finanças faz um cerco cerrado ao governador do Banco de
Portugal (ele, Centeno, nunca o gramou por razões que já aqui expliquei) a
propósito da complicação do BANIF que vai sobrar, tarde ou cedo, para nós. Como
tudo entre partidos, o que está em causa e se alimenta em discussões de
comadres enraivecidas, não é o interesse dos cidadãos e a sua defesa, é a
natureza clientelar. António Costa projecta varrer todos os activos tóxicos dos
bancos para um contentor de lixo chamado “banco mau”. Quer dizer, os dois
partidos “do arco da governação” tudo fazem para aliviar a banca e transferir
para os contribuintes o resultado da sua péssima gestão e criminosas falcatruas
que todos conhecemos. O olarilolá da governação Costa, parece que começa a
murchar. Não julguem que estou satisfeito. Pelo contrário, gostaria que o pacto
com a esquerda fosse avante. Eu tinha previsto a sua hecatombe para o mês
passado. Durou até agora. Bom. Daqui para a frente o que vai acontecer com o
PEC é uma incógnita. As previsões são assustadoras e a menina do BE já veio
avisar que para tudo há um limite. O PCP finge que está morto. Passos e a
rainha-mãe da família portuguesa, sorriem.
- O campo oferece um tapete de serradela que parece que eu andei a
semeá-la. A sua minúscula e bonita flor, trouxe este ano para aqui um deslumbre
de jardim alastrado aos quatro cantos da quinta. A carpete é de tal modo
espessa, que andar sobre ela torna-se um exercício tortuoso para os músculos
das pernas. Uma vez pisada, logo se recompõe com orgulho de airosa madona a
fazer lembrar a nova presidente do CDS.
- No momento em que terminava estas linhas, sou informado do falecimento
do Roman. Aquilo que eu pressentia, aconteceu. Felizmente assistido e julgo que
sem sofrimento, devido à conversa que eu tive há uns dias com a Maria José que
tudo fez para lhe proporcionar um fim digno.