segunda-feira, abril 04, 2016

Segunda, 4.
Ao mundo da informação acodem diariamente duas espécies de notícias: a da corrupção praticada por aqueles que dizem ser os nossos abnegados representantes e protectores e as que dizem respeito ao futebol com todo o espectáculo alienante que se conhece. Subsidiariamente os dois cosmos, têm como coadjuvantes grandes escritórios de advogados que fazem deles os anjos-da-guarda dos bons costumes e honestidade. Sob estas bandeiras vegetam milhões de seres trabalhando como escravos para que eles possam acumular fabulosas riquezas por métodos que aos escravos estão interditos. Fazem-no porque os Estados, sabendo dos processos criminosos, nada fazem para os embargar. Portugal, como eu já aqui disse muitas vezes, está cheio de firmas de advogados, nomes sonantes que passaram pela política e aí aprenderam a arte de metamorfosear assassinos e criminosos em pessoas de cristalina exemplaridade. Por isso, não me espanta que métodos semelhantes ocorram no Panamá com a firma de advogados Mossak Fonseca. O grupo de jornalistas de que já nestas páginas falei, acaba de revelar informação importante sobre o reino obsidiante daqueles que nos vendem gato por lebre.  Estão lá todos, desde Putin a um famigerado português das berças nortenhas, passando por monarcas, dirigentes políticos, malta do futebol, todos com “empresas” constituídas no paraíso dos offshores panamiano. Gostava de saber se José Sócrates também lá mora. São 11 milhões de documentos que vão necessitar de meses para serem descodificados. Depois, com toda a certeza, o vozeirão baixa e os mesmos prosseguem com os mesmíssimos esquemas. No saco há sempre mais um espaço para guardar a fortuna obtida à margem da lei.

         - Choveu, chove, choverá.


         - O solitário é quem melhor se aproxima, compreende e solidariza com seu semelhante.