quarta-feira, abril 06, 2016

Quarta, 6.
A teia dos corruptos governantes que impõem uma vida serva aos seus súbditos e que o consórcio de jornalistas vai decifrando, dilata-se por todo o mundo. Todos sem excepção dizem-se inocentes ou remetem para as extremosas esposas ou amigalhaços do peito o depósito dos seus roubos. Foi a técnica utilizada por Sócrates e que tem dado um trabalhão aos esforçados juízes e ao Ministério Público deslindar. O primeiro dos ladrões, já caiu. Não deixou o poder por vergonha ou arrependimento, mas porque o povo de pouco mais de trezentos mil habitantes, logo que soube da usurpação, 10 mil invadiu a rua exigindo a demissão do primeiro-ministro da Islândia. A este gesto chamo eu civilismo, responsabilidade política, participação no todo da nação. Nós por cá, fazemos o contrário. Alguns foram os políticos que tendo roubado e malbaratado o erário publico, voltaram a ser eleitos. José Sócrates fez tudo o que lhe apeteceu, Passos Coelho teve um milhão de pessoas a protestar nas ruas, e ambos pura e simplesmente ignoraram a expressiva manifestação da vontade do povo. Sobra, entre outros, David Cameron. O pobre coitado, utiliza a caranguejola muito conhecia de empresários e deputados, ministros e gestores públicos, que consiste em pôr no nome do pai os valores que lhe couberam por debaixo da mesa.


         - Sinceramente, não vejo com bons olhos a presença de Draghi a convite do Presidente da República no Conselho de Estado. Trata-se de um órgão nacional, normalmente funcionando em circuito fechado, sem acesso aos portugueses que nunca sabem o que lá se discute. Vejo até como uma interferência nos destinos de um país que devia ser soberano e saber-se governar sem as ajudas de um homem que só vê números. Bem sei que há muito Portugal é administrado pela máfia de Bruxelas, mas ver descer tão baixo as capacidades nacionais, entristece-me. É, talvez, a primeira de muitas marcelhices que nos aguardam.