Quinta, 7.
A direita – CDS/PSD/PS – tem feito
sucessivamente ronha quando se trata de encarar os offshore de frente. O statu
quo interessa-lhes e por isso são tolerantes.
- O mundo está como está e como se encontra é assustador. Toda a Europa
de leste se arma com a mais moderna parafernália de guerra. Os budgets para armamento tiveram mais de
30 por cento de aumento. A ela junta-se a França, Alemanha, Inglaterra e passo.
Uns por temerem o ataque da Rússia, outros as ameaças dos selvagens islâmicos. Com
isto, pensam todos em reduzir ou anular as liberdades de que as democracias
fazem a principal bandeira. O clima não e ainda o que antecedeu a Segunda
Guerra, mas há qualquer coisa no ar que se instala.
- Avanço na revisão do romance. Tenho conseguido trabalhar um capítulo
por dia. Diversas alterações vão sendo introduzidas a primeira e mais
significativa a mudança do título (ainda não definitivamente encontrado) a par
de outra estruturação narrativa. Ontem e hoje, alguma resplendência na rama da
descrença que me tomou terça-feira.
- Depois de duas horas de
leitura (A Viagem a Itália de Goethe
e Manuel d´Épictète na versão dos
clássicos da Garnier), perdi-me em pensamentos e deixei o cérebro correr e a
vista estender no horizonte que abarcava de debaixo do telheiro. A sombra das
oliveiras projectada no relvado fresco, levaram-me para longe, para essas
tardes quentes quando tudo se imobiliza em lugar nenhum e a vida brota em
consolação ao nosso encontro. No ciclorama de verde quando o vento se escapava
por entre os dedos dos ramos, as florinhas da Callistemon com seus vermelhos bruxuleantes,
senti que a existência pode ser a troca de um olhar como se nos víssemos ao
espelho.