sexta-feira, abril 24, 2015

Sexta, 24.
Tal como se previa Bruxelas nada tinha de substancial para oferecer aos imigrantes que chegam às costas marítimas de Itália. Aquilo que propõe ou nada é a mesma coisa. Continua a ideia de que a Itália e sobretudo os povos fugidos da guerra e da fome que se amanhem. Cada país está mergulhado na sua pequena-grande crise e não tem sobras financeiras para acudir aos mais necessitados. Lampedusa é uma ilha lá longe onde todos os dias naufragam uns milhares que até estão a mais neste mundo de privilegiados e felizes com a vidinha que lhes coube. Mas vão pagar caro, muto caro quando os corpos se acumularam em cemitérios improvisados e por todo o lado uma multidão de famintos dizer de sua justiça através de métodos violentos. Quem nada teme, arisca tudo.


         - Definitivamente comigo economizar rima com gastar. Aconteceu ontem quando ia ao encontro da Conceição e do Simão que me esperavam à entrada do S. Luís às nove da noite para o espectáculo encenado por Jorge Silva Melo. Hesitei em levar o carro e depois optei por ir na Fertagus. Chegado a Sete Rios (ou seria a Jardim Zoológico?), não havia metro. Uma falha de energia tinha paralisado todo o sistema incluindo a compra de bilhetes. Abandonei as catacumbas e subi à superfície para apanhar um táxi que me deixou no Largo do Chiado mergulhado nos vapores da música, da multidão desordenada, dos éteres da droga, do álcool e da fantasia de que aquilo é que é viver. Conclusão: gastei três vezes mais que teria despendido se tivesse ido no meu popó. E o Planeta também não beneficiou, aliás não beneficia nunca, sendo a maior treta que a sociedade de consumo inventou para enriquecer ainda mais.