quarta-feira, abril 01, 2015

Quarta, 1 de Abril.

O mundo dizia um sujeito outro dia num programa de televisão, é o mundo das relações. Com isto queria ele dizer, o mundo do diz bem de mim para teres a recompensa de eu dizer o melhor possível de ti. Enfim, o mundo da mediocridade, da gentinha contentinha da Silva. Pela minha parte, há muito que me afastei disso nunca tendo estado próximo. Prefiro a liberdade, o desentulho dos sentimentos que aprisionam, a obrigação de ser alguém projectado em situações cínicas que não fazem avançar nada antes paralisam tudo. O independente, o livre espírito, é um ser solto, que se move pelas paixões, pela verdade e por uma certa forma de pensar o mundo fora da triste condição do pateta que crê na amizade do tipo facebook. Costumo dizer: a mim chega-me um ou dois Amigos. Para morrer basta estar vivo. Bem sei que esta forma de pensar redimensiona os valores atirando-os ao precipício de uma solidão muitas insustentável, atravessada do sentimento de injustiça. Não ignoro porém, que o mundo das aparências esmaga a identidade, a pessoa, produzindo nela uma sensação que traduz uma forma de solidão assustadora que nos leva ao encontro daquilo que intimamente não somos. Prefiro gastar-me a lutar contra a solidão quando ela é indesejada, que me prender a amizades estéreis, assentes na vacuidade, na razia dos sentimentos, na vastidão das oportunidades egoístas. Não há mundo mais árido que esse das amizades passivas sem inimigos. Uma pessoa que não tem inimigos, não sabe quem é. Ou saberá, obliquamente.